A primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019) será aplicada no próximo domingo, dia 3, em todo o Brasil
Douglas Terenciano | douglas@jcconcursos.com.br Publicado em 30/10/2019, às 13h37 - Atualizado às 13h42
A primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019) será aplicada no próximo domingo, dia 3, em todo o Brasil. Vale destacar que enfrentar o exame talvez seja o primeiro grande desafio profissional de muitos jovens. Um candidato que não apresentar um grau de excelência nos quesitos técnicos (conhecimento do conteúdo programático) e emocional (administrar a ansiedade no momento da prova) terá dificuldades para conseguir um bom resultado. Por isso, conversamos com especialistas sobre como os inscritos no Enem podem exercitar o autocontrole para que a ansiedade e o nervosismo não atrapalhem o desempenho na prova.
Eduardo Calbucci, educador e fundador do Programa Semente, metodologia que desenvolve a aprendizagem socioemocional em escolas brasileiras, explica que a ansiedade e a preocupação são emoções que fazem parte da família do medo. “Normalmente, essas emoções estão ligadas ao fato de nós identificarmos um perigo, aumentando seu tamanho e, ao mesmo tempo, crendo que nossas capacidades para resolver esse problema são menores do que realmente são”.
O especialista orienta que antes do exame do Enem 2019 o vestibulando identifique as preocupações produtivas e as improdutivas, a fim de exercitar o autocontrole. “Existem certas coisas que fogem completamente do nosso controle e essas são as preocupações improdutivas. Pensar ‘será que a prova vai ser mais difícil que no ano passado?’, ‘será que com a mudança de governo vai haver uma guinada no exame?’, por exemplo, não é um bom caminho, pois não temos dados para responder a esses questionamentos”, ressalta.
Entretanto, para reformular esse pensamento e controlar a ansiedade, Calbucci afirma que o foco precisa estar no momento presente, nas coisas que estão sob o próprio alcance. “É possível controlar o que você vai fazer no dia anterior à prova. Se a pessoa estiver com receio de chegar atrasada, ela pode se programar para que isso não aconteça. Ela pode também conferir a documentação para não ter problema, reler todas as orientações sobre o que se deve ou não levar para a prova, tudo isso pode diminuir a ansiedade”, diz.
Para Celso Lopes de Souza, psiquiatra e também fundador do Programa Semente, o furacão de emoções que invade os vestibulandos pode ser melhor administrado com a flexibilização cognitiva. “Por exemplo, reconhecer e nomear as emoções, identificar os pensamentos que estão estruturando essas emoções e reformular esses pensamentos quando eles estão distorcendo a realidade, é uma estratégia sólida para desenvolver o autocontrole antes e durante a prova”, conta o especialista.
Essas estratégias ajudam no reconhecimento dos desafios e das capacidades do estudante de forma realista e sem distorções no Enem 2019. “Saber reconhecer emoções, relacionando-as com os pensamentos que as geram e entendendo como tudo isso influencia o comportamento, permite que cada um compreenda melhor as próprias limitações e conheça suas fortalezas, o que aumenta a confiança, o otimismo e a autoestima”, conclui Celso.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado para avaliar o desempenho escolar e acadêmico ao final do ensino médio. Os resultados podem: possibilitar a constituição de parâmetros para a autoavaliação do participante, visando a continuidade de sua formação e a sua inserção no mercado de trabalho; permitir a criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do ensino médio; ser usados como mecanismo único, alternativo ou complementar para acesso do à educação superior, especialmente, a ofertada pelas instituições federais de educação superior; permitir o acesso do participante a programas governamentais de financiamento ou apoio ao estudante da educação superior; ser utilizados como instrumento de seleção para ingresso nos diferentes setores do mundo do trabalho; e viabilizar o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira.