Estudo também revelou que 49,5% das profissionais negras já sofreram racismo durante os processos seletivos
Victoria Batalha Publicado em 17/04/2023, às 09h04 - Atualizado às 09h12
Uma nova pesquisa realizada pela plataforma Infojobs apontou que 49,5% das profissionais mulheres que se autodeclaram como pretas ou pardas já sofreram racismo durante os processos seletivos. 58,8% afirmaram já terem sofrido preconceito em outros momentos dentro do mercado de trabalho. Para realizar o estudo, foram entrevistadas 301 profissionais negras.
Outro ponto revelado pela pesquisa é que o índice de desemprego entre profissionais pretas ou pardas é maior. 71,4% das entrevistadas não estão empregadas. Além disso, 83% responderam que as chances de crescimento no mercado é desigual entre as colegas brancas. 59,1% ainda disseram que a raça pode interferir antes mesmo de entrarem nas empresas.
+++ 5% das vagas afirmativas são para pessoas autodeclaradas negras, informa pesquisa
Outra pesquisa chamada de “Mulheres no Mercado de Trabalho”, realizada pelo Instituto Locomotiva a pedido pela consultora iO Diversidade, que mulheres negras que possuem ensino superior recebem 55% a menos que homens brancos que possuem o mesmo nível de educação. Uma mulher negra recebe em torno de R$ 3.571, enquanto um homem branco recebe R$ 7,9 mil.
Em comparação as colegas com o mesmo nível de escolaridade, e que são brancas, o salário tem uma média de R$ 5.097.
Além disso, conforme o Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), mulheres recebem 20% a menos que os colegas homens em todo o mundo.
Um estudo realizado pela Fundação GetúliO Vargas (FGV) mostrou que entre janeiro e março do ano passado, que apenas 51,2% de quase 49 milhões de mulheres pretas e pardas com idade para trabalhar estavam inseridas dentro do mercado de trabalho. Para realizar o estudo, a FGV utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa também abordou como mulheres negras podem receber menos da metade dos homens branco e 60% do salário das profissionais brancas.