Fotografia

Desenvolver senso crítico e ter talento são requisitos fundamentais de um bom fotógrafo.

Redação   Publicado em 28/03/2008, às 16h03

Pensar a sociedade atual sem levar em consideração a importância das imagens e seu poder de persuasão é uma tarefa praticamente impossível. Presentes no dia-a-dia de qualquer pessoa, elas vêm ganhando cada vez mais espaço, principalmente com o aperfeiçoamento das tecnologias digitais. E, é nesse contexto, da “era das imagens” que a figura do fotógrafo torna-se indispensável e os cursos de fotografia se desenvolvem.

Segundo o professor do curso de Bacharelado em Fotografia no Centro Universitário Senac, Paulo Rossi, a fotografia tem um mercado que não morre. Mesmo nos tempos de crise econômica, o fotógrafo consegue trabalho, atuando, por exemplo, na área social (festas de aniversários, casamentos, formaturas), em assessorias de imprensa e em jornais (fotojornalismo) - sendo que, os dois últimos, usam a fotografia diariamente.

Além dessas áreas, os fotógrafos podem, ainda, trabalhar em estúdios de fotografia e de criação, em agências de publicidade, marketing e branding (trabalho de construção de uma marca junto ao mercado), em agências de arquitetura e engenharia, em bancos de imagens, museus, galerias, acervos, institutos de pesquisa e ateliês de restauração, em pesquisa e na docência acadêmica. No Brasil, a fotografia científica vem dando seus primeiros passos, permitindo que, até mesmo estruturas microscópicas, como as células, (microfotografia) sejam fotografadas.

Carreira

O educador do Senac explica que,  para ingressar nessa carreira, é necessário que o aluno tenha vontade de fotografar. Somado a isto, ele deve desenvolver um senso crítico, ou seja, saber analisar o seu trabalho e buscar, em outros profissionais, opiniões que venham aprimorar aquilo que produziu. “Essa troca no meio profissional é essencial, faz ele (fotógrafo) crescer”, diz Rossi. Além disso, o professor acrescenta que, para conseguir bons resultados, nesta profissão é necessário que a técnica e a estética estejam sempre ligadas e é o senso crítico que irá ajudar o profissional a saber usar a técnica para que a fotografia tenha mais rendimento e seja correspondente ao seu estilo.

Atualmente, a maioria dos fotógrafos trabalha como autônomo, são os free-lancers. Segundo Rossi, a parte positiva disto é que o profissional tem mais liberdade de exercer sua profissão por não ter vínculo com apenas uma determinada empresa; em contrapartida, ele fica responsável por pagar os encargos sociais, como, por exemplo, fazer o recolhimento da contribuição para a Previdência Social.

Para o professor, todas as áreas da fotografia são promissoras, desde que o profissional tenha talento. “O marketing pessoal ajuda muito o free-lancer. Ele tem que ter muito contato pessoal e saber vender seu trabalho”, destaca.

Quanto ao ingresso no mercado de trabalho, o profissional do Senac afirma que o aluno bastante aplicado consegue, mesmo antes de terminar a faculdade, alguns trabalhos como free-lancer. Mas, como qualquer profissão, também tem que saber encarar os pontos negativos, como, por exemplo, lidar com os limites impostos pelas empresas, que, muitas vezes, acabam afetando a parte criativa do trabalho. “O mercado é diferente da faculdade, que é um lugar de estudos, reflexão. Na vida prática, nem sempre dá pra desenvolver aquilo que é idealizado”, explica.

Para Rossi, a melhor forma de começar na carreira é trabalhar como estagiário ou assistente e, a partir daí, estar sempre atualizado, por meio de revistas e sites especializados, realizando cursos de especialização, envolvendo-se com o mercado e, principalmente, participando de círculos de fotógrafos.

Curso

Os cursos superiores de Fotografia têm, em geral, quatro anos de duração e mesclam parte teórica e prática. Normalmente, as disciplinas teóricas são ministradas nos primeiros semestres do curso e dão uma base para que os alunos aprendam a refletir sobre suas produções. Já nos semestres seguintes, a fotografia é vista de uma forma mais aplicada, com aulas que tratam de campos mais específicos de atuação. Vale lembrar que, nas duas etapas, é fundamental que o aluno pratique aquilo que aprendeu em sala de aula. “O aluno tem que produzir muito, do início ao fim do curso”, destaca Rossi.

Informações

Os interessados em seguir a carreira de fotógrafo ou aqueles que já são formados e que querem se manter atualizados podem buscar mais informações nos sites www.fotosite.com.br e www.fotoplus.com.br

Juliana Pronunciati/SP