Peça-chave na cadeia produtiva de artigos do vestuário e acessórios.
Redação Publicado em 29/01/2007, às 13h58
Os dados mais recentes do IBGE informam que, no Brasil, existem mais de 5 mil empresas voltadas ao setor de confecções e cerca de 125 mil pessoas empregadas, gerando uma receita líquida de R$ 4,7 bilhões, sendo R$ 86,3 milhões provenientes de exportação.
Por trás desses números, existe um profissional que é tido como peça-chave na cadeia produtiva de artigos do vestuário e acessórios. É o Técnico em Vestuário, responsável pelo planejamento, coordenação, acompanhamento e orientação do sistema de fabricação das indústrias, dimensionando a capacidade produtiva, viabilizando a produção e trazendo inovações e melhorias no processo.
Por assumir tantas responsabilidades e ser fundamental no exercício de inúmeras atividades, o profissional também deve ter características pessoais que sejam compatíveis com o cargo, tais como: gostar de organização e de desafios, ter dinamismo, possuir facilidade para relacionamentos interpessoais, ser criativo, ter raciocínio rápido, entre outras.
CURSO
Com a duração de dois anos (ou quatro semestres), o curso Técnico em Vestuário oferecido pelo SENAI, única escola em São Paulo que disponibiliza o curso, é dividido em dois módulos.
No Módulo Básico, são ministrados os componentes curriculares de “Comunicação Oral e Escrita”, “Desenho Técnico do Vestuário” e “Processo de Fabricação do Vestuário”. O Módulo Específico forma o profissional qualificado como Crono-analista. “Neste caso, a ênfase recai sobre o desenvolvimento das capacidades técnicas, sociais, organizacionais e metodológicas que envolvem a cronometragem, estudos dos tempos, balanceamento de produção do vestuário, entre outros”, explica a professora Neli. O módulo final do curso apresenta os componentes curriculares “Planejamento da Produção”, “Gestão da Produção” e “Desenvolvimento de Protótipo”.
Após a formação, o profissional estará apto a empregar técnicas de criação e desenvolvimento de produtos (modelagem, costura e corte); melhorar processos e produtos; calcular custos de produção; prever custos; integrar as fases do processo produtivo; comparar resultados; aplicar normas de segurança, saúde e princípios de gestão da qualidade e preservação ambiental; estimular o desenvolvimento de competências em nível individual e coletivo, entre outros.
O Técnico em Vestuário poderá optar por atuar em uma das seguintes áreas: Compras; Desenvolvimento de Produtos e Projetos; Ensaios e Pesquisas; Logística; Planejamento, Programação e Controle de Produção (PPCP); Qualidade; Sistemas CAD e CAM ou Vendas.
MERCADO
A busca pelo constante aperfeiçoamento e profissionalização específica na área de atuação são boas dicas para quem quer se destacar no mercado. A professora Neli sugere, ainda, leitura de revistas, visitas a feiras e eventos do setor e a realização de cursos rápidos na área que, além de enriquecer o conhecimento, promovem encontros com profissionais do segmento.
“Pode-se considerar que o mercado está aquecido, com grande demanda por profissionais capacitados, que possam contribuir para melhorar os sistemas de manufaturas. Mesmo assim, as empresas, geralmente, são constituídas de modo empírico, resultando em muita dificuldade para implantação de novas tecnologias e metodologias ”, enfatiza a coordenadora do curso no SENAI.
O profissional recém-formado e com pouca experiência no mercado ganha em torno de R$ 1.200,00. Já aquele que possui maior conhecimento e habilidade na área chega a ganhar até R$ 5.000,00.
Olívia Bulla