No fim de agosto, o Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) aprovou a
Redação Publicado em 26/09/2008, às 15h35
No fim de agosto, o Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) aprovou a produção do PlayStation 2, console de videogame da Sony no pólo industrial, o que pode alavancar o segmento de games no país, incluindo a área de desenvolvimento de jogos.
Para falar sobre esse setor, o JC&E entrevista, nesta semana, Claudio Eduardo Saunorins Bueno (foto), coordenador do curso superior de Tecnologia em Jogos Digitais do Senac São Paulo
JC&E – Inicialmente, gostaria que comentasse sobre o início da produção do PlayStation 2, console de videogame da Sony no país. Acredita que isso gerará crescimento no mercado para desenvolvedores de jogos?
Claudio Eduardo Saunorins Bueno (Senac SP) – Existe um grande ceticismo em relação à idéia de games como negócio. Então, todo movimento nesse sentido, que mostre o interesse das empresas acaba gerando interesse. A Upsoft mesmo abriu espaço para desenvolvimento de games em São Paulo.
Talvez facilite acesso de desenvolvedores. Mas, para produzir games, os desenvolvedores precisam ter acesso aos softwares.
JC&E – O que faz um Tecnólogo em Jogos Digitais?
Bueno – Produz jogos. Ele transforma idéias em jogos de verdade. Para tanto, precisa conhecer como se desenvolve e produz um jogo, como é o projeto de um jogo, características das mídias envolvidas e como gerenciar um projeto desse tipo.
Ele pode atuar nas áreas de entretenimento, simulação, em agências de publicidade, produtoras web, empresas de consultoria, de treinamento e de educação.
JC&E – Qual é o perfil necessário para atuar nessa área?
Bueno – É necessário gostar de lógica, interatividade e design. Para criar um game é preciso saber estruturar as
regras do jogo, as características do espaço (console, computador, celular etc.) e do jogador (o que muda com idade e formação).
JC&E – Como é o curso superior de Tecnologia em Jogos Digitais?
Bueno – Ele tem dois anos e meio de duração, com a maioria das aulas em laboratório e projetos práticos em todos os semestres. Nesse período, o aluno tem contato com as disciplinas Dispositivos móveis (1 e 2), Empreendedorismo, Engenharia de software, Física, Game Cultura, Game Design, Game Engine (1 e 2), Gerenciamento de Projetos, Inteligência Artificial, Interfaces, Jogos em Rede, Level Design, Mercado, Metodologia de Pesquisa, Mídias digitais, Programação 3D, Projeto, Técnicas de Programação (1 e 2), Web Games (1 e 2).
JC&E – E como está o mercado para profissionais desse segmento?
Bueno – Antes de ser um profissional Desenvolvedor de Games, o egresso vai ser também um Desenvolvedor de Software, e aí o mercado de trabalho é ampliado e aparecem outras oportunidades.
Com certeza, o formado nessa área vai ser uma pessoa bem mais criativa e inovadora do que os que fazem cursos convencionais de computação.
É uma carreira para empreendedores, com diversas oportunidades. Ainda não é um mercado consolidado, por isso existem muitos desafios.
JC&E – Quais as áreas de atuação mais promissoras?
Bueno – A que mais atrai é a área de entretenimento. Desenvolvimento de jogos para a internet é uma das mais fortes, juntamente com segmentos relacionados a dispositivos móveis.
JC&E – Qual a melhor maneira de iniciar na profissão?
Bueno – O ideal é ter demonstrações ou minigames jogáveis. Ter exemplos do que sabe fazer é fundamental como portfólio.
JC&E – Há sites indicados para quem quer conhecer mais detalhes sobre a área?
Bueno – recomendo o www.gamasutra.com, um portal muito interessante e completo para quem quer ingressar na área. Também tem o site da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Games (www.abragames.org). Vale conferir quais as empresas associadas e o que elas fazem.