Jogadores de futebol podem sofrer lesões na cabeça de forma repetitiva, aumentando o risco de desenvolver doenças que podem levar à morte. Saiba por quê
Glícia Lopes Publicado em 22/11/2022, às 10h01
Já é Copa do Mundo e para disputar a bola alta numa partida de futebol, uma das poucas alternativas que restam é cabeceá-la. Por isso, esta é uma das cenas mais comuns que se pode acompanhar num jogo. No entanto, no lugar de acertar o objetivo, os jogadores podem acabar atingindo um ao outro nessa disputa, correndo o risco de sofrer lesões na cabeça, por vezes graves.
Desde cortes no rosto, quedas, desmaios, até concussões, lesões na cabeça podem chamar a atenção numa partida de futebol, fazendo o jogo paralisar. Em 2014, durante a Copa do Mundo, o zagueiro holandês Bruno Martins Indi sofreu um traumatismo craniano após bater a cabeça no gramado devido à disputa de bola com o australiano Tim Cahill.
Como o ato de cabecear a bola é uma prática comum no futebol, é importante pensar nos impactos que isso tem na saúde dos jogadores. Evidências apontam que esta ação praticada de forma repetitiva aumenta as chances de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas nos atletas, sobretudo em atletas com carreiras longas e em posições que os deixam mais propensos a impactos na cabeça.
Foi publicado no periódico científico Journal of Neuropsychology um estudo que analisou os impactos na cabeça de jogadores de futebol hoje aposentados. Os 26 atletas acompanhados, com idade média de 60 anos, tiveram as cabeças comparadas a pessoas que nunca jogaram futebol. O resultado apontou que os jogadores analisados sofreram alterações significativas nas estruturas dos cérebros.
O que mais preocupa nesse cenário, segundo especialistas, é o risco de encefalopatia traumática crônica. Esta condição se trata de uma degeneração nas células do cérebro, de forma progressiva, que é provocada por lesões repetidas na cabeça. Isso pode comprometer a memória, o raciocínio, além de aumentar as chances de desenvolver doenças como Parkinson.
Infelizmente, esse não é um problema que atinge apenas o futebol, mas também outros esportes. Como exemplo, o pugilista eleito "O Desportista do Século" pela revista estadunidense Sports Illustrated em 1999, Muhammad Ali, foi diagnosticado com Parkinson em 1984, aos 42 anos, como resultado de uma carreira de 30 anos no boxe.
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