Macacos transmitem monkeypox? Entenda a relação do animal com a doença

Após o crescimento do surto do vírus monkeypox no Brasil, os macacos estão sofrendo uma série de ataques e até assassinato no país. Entenda

Glícia Lopes   Publicado em 05/08/2022, às 15h08

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Diante do novo surto de varíola dos macacos que se expande ao redor do mundo, surgem vários questionamentos sobre a doença que, até então, era pouco conhecida. Uma das dúvidas ou, no mínimo, confusão a respeito da doença é sobre sua origem de transmissão. Apesar do nome, os macacos não transmitem o vírus monkeypox para humanos no atual surto.

No entanto, o que aconteceu com outros animais suspeitos de transmitirem doenças para humanos em outros surtos de zoonoses, afetou também esses primatas, que têm sofrido ataques e até mesmo estão sendo mortos em algumas cidades do Brasil. É importante ressaltar que agressão a animais é crime, sob risco de pena de 3 meses a 1 ano além de multa.

Em Rio Preto, por exemplo, no Estado de São Paulo, foram contabilizados cinco casos de macacos mortos com sinais de intoxicação, segundo informações do Diário da Região. Quatro saguis-de-tufos-pretos e um filhote de macaco-prego morreram nos últimos dois dias, por envenenamento no município. Outros foram resgatados e seguem em tratamento.

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Qual a origem do vírus monkeypox

A varíola dos macacos é uma zoonose (doença que é originada em animais e transmitida para humanos), descoberta em um laboratório dinamarquês em 1958. O vírus monkeypox foi descoberto inicialmente em macacos, e o nome do animal foi associado à doença (macaco = monkey em inglês + varíola = pox).

Após a descoberta do vírus no animal, o primeiro caso de monkeypox em humanos foi identificado na República Democrática do Congo em 1970. A partir daí, o vírus se disseminou pelo continente africano, e existem duas linhagens: uma fica na África Ocidental e outra na Bacia do Congo, na África Central. Assim, o vírus se tornou endêmico da região, quando ocorre com mais frequência em determinado espaço geográfico.

Segundo informações do Instituto Butantan, a infecção humana pelo vírus da linhagem da África Ocidental costuma desenvolver quadros mais leves da doença, correspondendo a uma taxa de mortalidade de 3,6%, frente à linhagem da Bacia do Congo, que é de 10,6%. O atual surto de varíola corresponde ao mais brando. O novo surto, no entanto, concentra a maioria dos casos na Europa, tendo surgido inicialmente no Reino Unido.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou, inclusive, a adoção do termo “monkeypox” para se referir ao novo surto da doença, a fim de evitar confusões e desinformação, além de agressões ao animal que tem o nome na doença. O órgão reforça, ainda, que os macacos não transmitem o vírus monkeypox.

A transmissão da doença entre humanos ocorre principalmente por gotículas e secreções respiratórias; por meio de contato com as secreções da pele e fluidos corporais; objetos infectados; roupas de cama e banho e mucosas. O intervalo entre a infecção e a manifestação da doença, chamado período de incubação, ocorre de 6 a 21 dias.

A infecção por monkeypox apresenta febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, inchaço das glândulas do pescoço, calafrios, exaustão e bolhas na pele. Para se proteger, continue utilizando máscara, mantendo o distanciamento social e fazendo uma boa higienização das mãos.

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