Após se instalar em países do mundo, o atual surto de varíola dos macacos preocupa após a identificação de mutações do vírus monkeypox que podem exigir novo tratamento
Glícia Lopes Publicado em 10/11/2022, às 14h02
Desde que se formou o novo surto de varíola dos macacos (monkeypox) ao redor do mundo, especialistas da saúde se desdobram para averiguar as características da nova onda epidemiológica. Agora, após se instalar em países onde a doença não era comum, pesquisadores investigam mutações do vírus monkeypox que podem, inclusive, driblar efeito das vacinas e de medicamentos antivirais.
O vírus monkeypox, responsável pela infecção conhecida como varíola dos macacos, já infectou mais de 77 mil pessoas no atual surto, que teve início este ano, em Londres. Ao todo, cerca de 100 países registraram ocorrências da doença e, no geral, a taxa de mortalidade para a infecção foi de cerca de 3,6%, de acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que mais preocupa com atual investigação é que, como as autoridades mundiais ainda caminhavam em passos iniciais no combate à nova epidemia de monkeypox, com o surgimentos dessas novas cepas do vírus há a necessidade de se recalcular como evitar a proliferação da infecção, já que as medidas conhecidas até aqui, como vacina e a utilização de medicamentos antivirais, parece não funcionar com estas novas variantes.
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Recentemente, como medida ao combate do avanço da varíola dos macacos ao redor do mundo, a OMS autorizou a aplicação da vacina da varíola comum em casos mais graves de infecção por monkeypox (agente causador da doença). Outra forma de conter a infecção foi com a comprovada eficácia no uso de medicamentos antivirais para combater a doença.
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Pesquisadores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, verificaram que certos tipos de mutações do vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos, se tornaram mais fortes e inteligentes, promovendo uma infecção mais prolongada. Isso porque estas cepas do vírus não respondiam tanto à aplicação da vacina quanto à administração de medicamentos antivirais.
Os pesquisadores consideraram sequências de DNA de mais de 200 variantes do vírus da varíola dos macacos, desde sua descoberta, em 1965, até os últimos surtos, de 2000 e 2022. A constatação é de que o vírus está se tornando capaz de fugir dos medicamentos utilizados contra eles, além de que estão mais capazes de desviar dos anticorpos produzidos por meio da aplicação de vacinas ou pelo nosso próprio organismo.
Desse modo, o vírus poderá se espalhar para mais pessoas sem que haja um combate eficaz. Assim, surge mais um obstáculo para barrar a doença no mundo todo. Os pesquisadores também descobriram que o vírus monkeypox está acumulando mutações, mais capazes de impedir que drogas e anticorpos de vacinas se liguem a elas.
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