Ensaios da nova vacina contra o câncer estão em fase inicial, mas já trazem ótimos resultados para casos de cânceres reincidentes. Saiba como funciona o imunizante
Glícia Lopes* | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 06/07/2022, às 18h02
Novos estudos feitos na Inglaterra trazem esperança para quem enfrenta tumores. Testes preliminares realizados no The Clatterbridge Cancer Center estão próximos de produzir uma nova vacina contra o câncer. Batizada de TG4050, o medicamento desenvolvido pela empresa francesa Transgene, trouxe resultados otimistas, mesmo que ainda em fase inicial.
A vacina funciona de forma personalizada, já que utiliza parte do DNA do próprio paciente para produzir o imunizante. O medicamento foi aplicado em pessoas com câncer de cabeça e pescoço, que costumam ser reincidentes. O estudo visa produzir a imunização para que os tumores dos pacientes não continuem a retornar.
Os resultados preliminares, obtidos com o experimento em oito pessoas acometidas pela doença, apontaram que nenhum deles teve reincidência do câncer. Para os médicos que realizam os estudos, "todos os dados estão apontando na direção certa”, o que garante esperança para quem lida com a doença severa. Os dados demonstraram, ainda, que dois dos oito pacientes com câncer que não tomaram o imunizante, tiveram de volta os tumores.
Outros estudos clínicos, realizados no The Clatterbridge Cancer Center, primeiro hospital inglês a oferecer esse tipo de tratamento, vêm trazendo também resultados satisfatórios. Dessa vez, a pesquisa é produzida através de pessoas com câncer nos ovários na França e nos EUA.
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A tecnologia utilizada para a produção da nova vacina contra o câncer, a TG4050, é parecida com a do imunizante da Oxford-AstraZeneca contra a covid-19. Por ser personalizada, a TG4050 leva parte do DNA do tumor do paciente em sua composição. Esse modo de produção do imunizante é positivo pois cada paciente tem uma resposta ao imunizante, já que cada organismo reage ao câncer de forma diferente.
A parte do tumor retirada do paciente é grudada em um vírus fraco e inofensivo e a fórmula é injetada no organismo. Assim, o sistema imunológico passa a reconhecer aquelas células cancerígenas juntas ao vírus e passa a combatê-las, a fim de destruí-las.
O investigador-chefe do estudo no Reino Unido, o professor Christian Ottensmeier, garantiu ainda que “é improvável que este tratamento cause efeitos colaterais significativos em nossos pacientes, mas provavelmente causará benefícios muito significativos”. Embora os testes tenham sido feitos em tiragem pequena, soam como boa notícia para aqueles que são, muitas vezes, desesperançados com o diagnóstico da doença.
* com informações do SkyNews e The Clatterbridge Cancer Center
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