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Carreira jurídica e suas possibilidades

Advogado público, delegado de polícia, juiz de direito, promotor, procurador de justiça e defensor: escolha qual é a sua praia.

Redação
Publicado em 29/07/2011, às 09h32

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As opções são várias para quem deseja enveredar em carreiras jurídicas - nos cargos de advogado público, delegado de polícia, juiz de direito, promotor, procurador de justiça ou defensor público. As possibilidades são tantas que muitos estudantes ou bacharéis em direito têm dúvida em relação ao cargo que pretendem ocupar.

Ainda no primeiro ano de graduação, o promotor criminal do Ministério Público, José Carlos Blat, teve o insight de qual carreira gostaria de atuar ao se deparar, no corredor da faculdade, com um aviso sobre a realização de um júri simulado cujo tema seria a pena de morte. “Fiquei impressionado com a retórica, com as vestes talares e a discussão sobre o tema e a partir daquele instante surgiu o Ministério Público em minha vida. Até então não sabia o que representava a instituição e quais eram as atribuições de seus membros. Fui pesquisar, depois disso coloquei como objetivo em minha vida poder um dia atuar em um tribunal do júri de verdade”, relembra Blat.

O promotor soube o que queria já no começo do curso, porém muitos são os alunos que ficam na dúvida sobre qual carreira seguir. Para esses que não sabem o que farão, o professor Carlos Alberto De Lucca, coordenador geral do Siga Concursos, dá o conselho: “primeiro, o bacharel deve escolher entre a carreira privada e a pública. Uma vez escolhida, ainda na faculdade, deve dar maior atenção às matérias relacionadas e procurar fazer estágios na área escolhida”.

E sugere que o futuro profissional deve analisar cada carreira e escolher aquela com que mais se identifica. “Se for estudante, uma sugestão é pedir opinião aos seus professores. Outra forma eficiente é conversar com os profissionais de diferentes áreas e, se possível, visitar os locais em que trabalham”, aconselha. 

Caso o aluno deseje a carreira privada, De Lucca alerta que ele deverá ser aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB): “é importante, ainda na faculdade, preparar-se para o exame e revisar as matérias cobradas no concurso bem como resolver muitas questões de provas anteriores”. Já os que optarem pela carreira pública deverão verificar quais as exigências das carreiras de interesse e iniciar a sua preparação ainda na faculdade, revisando a matéria e resolvendo questões anteriores.

Formada há três anos em direito, Fernanda Rocha já tem um foco em mente: ser promotora de justiça. A certeza veio após o retorno do intercâmbio que fez na Inglaterra. “Constatei a diferença cultural e de postura dos governos quanto aos problemas sociais que a nossa sociedade sofre e busca superar. Ciente da minha responsabilidade por uma parcela desses problemas, refleti sobre qual maneira eu poderia utilizar, além da minha experiência de vida, os meus conhecimentos jurídicos para ajudar esse país a combater tais dificuldades. Encontrei no Ministério Público, a função ideal para começar a fazer um pouco da minha parte como cidadã brasileira”.

Para completar os três anos de atividade jurídica necessários para assumir o cargo de promotor, Fernanda concilia o trabalho como advogada e a rotina diária de estudos durante os dias úteis e finais de semana. Todo esse esforço para pôr em prática a “função social de defensor da sociedade”, como ela define. “É uma profissão admirável, respeitada pela sociedade diante de tantas notícias pejorativas relativas ao âmbito jurídico”, pondera.

O ritmo puxado também acompanhou a vida do promotor José Carlos Blat – ele passou um ano e meio estudando até 16 horas por dia. Hoje, aos 47 anos, sua rotina de trabalho divide-se entre a análise diária de pelo menos uma centena de processos e inquéritos policiais, participação em audiências na 5ª Vara Criminal da capital e atendimento ao público.

Ameaças de morte e inimigos também foram colecionados ao longo de sua carreira, já que, ao estar a frente do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado  (GAECO), atuou em inúmeros escândalos de repercussão nacional e internacional, como a máfia dos fiscais - investigação criminal que resultou na condenação de mais de 600 pessoas, a demissão e remoção de mais de 1.100 funcionários públicos e um prejuízo de mais de 13 bilhões de dólares aos cofres da Prefeitura de São Paulo, entre os anos de 1993 e 2000.

No entanto, a dedicação do profissional não mudou. “Continuo a exercer o meu trabalho com o mesmo afinco e entusiasmo dos primeiros instantes quando ingressei no Ministério Público do Estado de São Paulo. Olhando para o futuro e refletindo toda a trajetória percorrida, vejo que ainda há muito a ser trilhado e que a minha colaboração na construção de um país mais justo e digno apenas começou”, avalia.

Veja as opções de cargos para bacharéis em direito

Confira as descrições sucintas feitas pelo professor De Lucca de algumas carreiras que um bacharel em direito pode seguir:

Advogado: representa e defende o cliente e seus interesses em qualquer instância, juízo ou tribunal. Também pode dar assessoria ou consultoria jurídica a empresas públicas ou privadas.

Advocacia pública: representa os interesses da União, Estados e Municípios, zelando pela legalidade de seus atos.

Defensor Público: defende os cidadãos que não podem pagar processos judiciais. Atua como procurador municipal, estadual ou da União, representando seus interesses, zelando pela legalidade dos atos do Poder Executivo em ações como licitações e concorrências públicas.

Delegado: é responsável pela preparação de inquéritos, pela coordenação de investigações policiais e emissão de documentos públicos.

Juiz: responsável por julgar processos e expedir mandados de prisão, de busca ou apreensão. O juiz federal julga causas de interesse da União que envolva tributos federais e previdência social. O juiz da justiça comum decide conflitos entre pessoas físicas, jurídicas e o poder público que não digam respeito à União, como questões de família e de tributos estaduais e municipais.

Promotor: defende os interesses da sociedade perante o juiz, promove ações penais, apura responsabilidades e fiscaliza o cumprimento das leis. Basicamente, o promotor é o advogado que acusa (além dos advogados de defesa e acusação) com o objetivo de defender o estado e o interesse público. Também representa os interesses dos portadores de deficiência e dos ausentes. Tutela os direitos da criança, do adolescente e da família e ocupa-se das causas sociais, como defesa do ambiente, dos direitos do consumidor e do patrimônio cultural e histórico.

Procurador: atua como defensor da ordem jurídica justa, iniciando ações ou atuando como fiscal em ações ajuizadas por terceiros. Os promotores atuam no primeiro grau de jurisdição (Varas Cíveis, Criminais e outras onde atua um juiz de direito isoladamente), enquanto os procuradores atuam junto ao segundo grau de jurisdição (Tribunais nas Câmaras Cíveis e Criminais, onde estão os desembargadores).

Carolina Pera e Luana Almeida

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