O presidente da OAB SP e três aprovados dão dicas de como conseguir êxito no teste da OAB
Na década 70, a queda na qualidade do ensino jurídico tornou-se uma preocupação crescente para a OAB, o que levou a entidade a criar o Exame de Ordem para avaliar o conhecimento básico do bacharel em direito. O Exame inicialmente foi regulamentado pelo antigo estatuto da OAB, Lei 4.215/63, substituído posteriormente pelo novo Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/94, o que tornou a prova obrigatória para todos os bacharéis que queiram exercer a profissão de advogado, garantindo assim, o ingresso apenas de pessoas qualificadas no mercado de trabalho.
O Dr Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB SP, justifica: “o Exame de Ordem visa aferir se o bacharel tem condições mínimas para atuar no mercado de trabalho, pois, se o advogado não estiver preparado para exercer seu múnus público pode trazer prejuízos ao cliente e à imagem da advocacia. Com os altos índices de reprovação que vimos registrando no Exame de Ordem, percebemos o quanto é importante sua manutenção”.
O Exame de Ordem é prestado pelo bacharel em direito que tenha concluído o curso reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) ou que esteja pendente de colação de grau, e facultado ao bacharelando matriculado no último ano do curso de graduação em direito.
Como se preparar
Leonardo de Castro Trindade, defensor público federal, conta que começou estudar para Exame de Ordem e para concursos públicos ao mesmo tempo, no último semestre da faculdade; Mônica R. de Sá e Mariana Pollini Lopes também se prepararam por seis meses.
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Os 3 entrevistados frequentaram cursos preparatórios, porém Leonardo acredita que “o principal, independente da faculdade, é a dedicação que o aluno teve durante todo o curso. Para aqueles que aproveitaram melhor a faculdade não creio que o cursinho seja imprescindível”.
“Os cursos preparatórios visam suprir as lacunas deixadas pelas faculdades de direito. Já registramos mais de mil cursos de direito no país, mas nem todos são ilhas de excelência. Temos um grupo de cursos com elevado nível de ensino, que apresentam historicamente um índice elevado de aprovação no Exame de Ordem. O segundo grupo são de instituições que possuem compromisso com o ensino jurídico e condições de bem preparar seus alunos, mas não têm obtido uma boa performance no Exame de Ordem. Por fim, temos um terceiro grupo de cursos que constituem verdadeiros estelionatos educacionais e que precisam ser fechados, porque não dispõem de corpo docente qualificado, não possuem projeto didático-pedagógico, contam com bibliotecas defasadas e a infra-estrutura precária”, explica D’Urso.
Mônica fez um cronograma de estudo e se esforçou para cumpri-lo, deixando de se encontrar com as amigas por algumas vezes. Mariana afirma que apenas deixou de acordar tarde aos sábados por conta das aulas preparatórias. Já Leonardo diz que foi um período de abdicação de amigos e eventos, “é preciso muita concentração e dedicação para você poder alcançar o seu máximo”, acrescenta ele.
Como dica para quem vai prestar o Exame de Ordem, Mônica indica “fixar metas de estudo e se esforçar para cumpri-las. Prestar atenção nas aulas, anotá-las, e por fim, revisar sempre a matéria”.
Leonardo afirma que em nenhum exame é impossível passar, “é preciso apenas aliar muita dedicação com a sistemática de estudo que mais se adapta a você”, aconselha ele.
Já Mariana recomenda muita tranqüilidade, calma e concentração.
D’Urso afirma que ter feito uma boa graduação e ter conhecimento básico do arcabouço legal brasileiro garantem o sucesso na prova, e dá a dica para quem irá fazer o Exame: “deixe de lado o mito de que o Exame de Ordem é difícil e busque fazer a melhor prova possível. Se o bacharel fez um bom curso de direito, aplicou-se durante as aulas, certamente conseguirá ser aprovado”, e acrescenta que as principais dificuldades que os candidatos têm são: “a primeira dificuldade é vencer o nervosismo e a segunda é achar que não está devidamente preparado. O tempo de prova é amplo. Assim, leia as perguntas com calma, tente responder as quais tenha certeza primeiro e depois as demais”.
Para a hora da prova, Mônica crê que é crucial “prestar atenção no tempo e não se prender em alguma questão mais complexa, deixe-as para o final”.
Leonardo diz que “o importante é sempre ter em mente que você irá conseguir: ter pensamento positivo”, e finaliza informando que uma boa noite de sono e muita tranquilidade ajudam muito.
Carolina Pera
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