“Não dá para conversar”, disse o chefe do executivo a jornalistas em entrevista. Bolsonaro criticava partidos do Centrão na campanha de 2018
O atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), abandonou uma entrevista após se irritar por ser questionado sobre a relação dele com o Centrão. A coletiva foi realizada no evento Diálogos com Candidatos à Presidência da República, nesta terça-feira (30), organizado pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs).
Depois de conversar com empresários de negócios e serviços, o candidato à reeleição se encontrou com uma venezuelana e pediu à mídia que fizesse perguntas a ela. Bolsonaro sempre citou a Venezuela, governada pela ditadura esquerdista Nicolás Maduro, para atacar o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em seguida, ao ser questionado se tinha vergonha de negociar com o Centrão, Bolsonaro respondeu que precisava "aprovar projetos". “Todos os 513 (deputados) que estão dentro da Câmara foram votados. E é ali que eu tenho que tirar 308 votos (para aprovar uma PEC) ou 257 em cada votação”, disse o chefe do Executivo.
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Um jornalista na sala perguntou ao presidente se o Ministério da Cidadania havia sido "entregue" a grupos políticos, o que ele negou. “Tchutchuca do Centrão? Você não tem classe para fazer a pergunta, não? Quem é o Tchutchuca do Centrão? Me apontem ministérios entregues para políticos, me apontem! João Roma? (Ex-ministro da Cidadania) tenente do Exército. Botei o João Roma lá. Fez um bom trabalho”, disse ele a repórteres.
Questionado se a indicação ao Ministério da Cidadania não tinha sido do partido republicano, Bolsonaro não respondeu e deixou o local da entrevista reclamando: “não dá para conversar” com os jornalistas.
O presidente criticou as legendas do Centrão durante sua campanha de 2018, mas acabou se juntando ao grupo durante seu mandato para evitar o impeachment e ter mais governança. Hoje, Bolsonaro é filiado ao PL, partido liderado por Valdemar Costa Neto, ex-deputado condenado e preso no escândalo do Mensalão.
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