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Brasil está entre os países com piores índices de saúde mental no pós-pandemia

No Brasil, 34% dos entrevistados se sentem "angustiados", especialmente jovens com menos de 35 anos. Outros fatores prejudiciais incluem o uso precoce de smartphones

Os resultados revelam que o bem-estar mental global não apresentou recuperação significativa desde a pandemia
Os resultados revelam que o bem-estar mental global não apresentou recuperação significativa desde a pandemia - Divulgação/JC Concursos
Pedro Miranda

Pedro Miranda

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 17/05/2024, às 15h16

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A saúde mental global ainda enfrenta as consequências da pandemia de Covid-19, e o Brasil está entre os países mais atingidos, segundo um relatório do Global Mind Project. O estudo, que analisa o bem-estar mundial, destacou que o Brasil, ao lado da África do Sul e do Reino Unido, apresenta os índices mais baixos de saúde mental.

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Baseado em respostas de 420 mil pessoas em 71 países, o relatório utilizou um quociente de saúde mental que mede habilidades cognitivas e emocionais, como a capacidade de lidar com o estresse e manter a produtividade. Conforme os autores, este índice não é necessariamente um reflexo de felicidade, mas sim da capacidade de gerenciar dificuldades e emoções.

Os resultados revelam que o bem-estar mental global não apresentou recuperação significativa desde a pandemia, com índices de 2021 e 2022 permanecendo estáveis. Na República Dominicana, Sri Lanka e Tanzânia, as pontuações foram as mais altas. No Brasil, a situação é preocupante: 34% dos entrevistados relatam sentir-se 'angustiados' e 'se debatendo', com os jovens abaixo de 35 anos sendo os mais afetados.

O psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou que o impacto da pandemia na saúde mental brasileira foi agravado por fatores como altas taxas de infecção, mortalidade e crise econômica. Ele aponta que o estresse prolongado e a ansiedade são consequências da pandemia, refletindo um quadro de saúde mental comprometida no país.

Além disso, o estudo sugere que mudanças no estilo de vida, como o trabalho remoto e a hiper conectividade, podem estar impedindo a recuperação do bem-estar emocional. “Embora o home office traga flexibilidade, ele também pode dificultar a separação entre a vida pessoal e profissional, levando a jornadas de trabalho mais longas e menos pausas,” observou Kanomata. A falta de interação social no ambiente de trabalho também contribui para sentimentos de solidão e isolamento.

Outros fatores identificados como prejudiciais à saúde mental incluem o uso precoce de smartphones, o consumo frequente de alimentos ultraprocessados e a falta de relações sociais saudáveis. O uso excessivo de tecnologia pode estar ligado a problemas como ansiedade e depressão, enquanto uma dieta rica em ultraprocessados se associa a maiores níveis de angústia.

As relações sociais e familiares também desempenham um papel vital na saúde mental. “Ambientes familiares positivos com apoio emocional e comunicação aberta promovem o bem-estar, enquanto conflitos e disfunções familiares podem aumentar o risco de problemas de saúde mental,” destacou Kanomata.

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