Operações especiais resgatam dados atualizados e fornecem base sólida para políticas públicas. Resultado completo do censo será divulgado em julho
O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)enfrentou vários desafios que quase comprometeram o seu sucesso. A falta de apoio para acesso a áreas remotas e carentes, juntamente com a resistência de alguns cidadãos influenciados por notícias falsas, quase levaram a uma subcontagem significativa em uma região equivalente a quase um estado do Rio de Janeiro.
Ao longo dos últimos três meses, foram realizados mutirões coordenados pelo IBGE e pelo Ministério do Planejamento para reverter essa situação. Foram realizadas três operações especiais para incluir no censo cerca de 15,9 milhões de brasileiros.
A primeira operação teve como objetivo alcançar os brasileiros na Terra Indígena Yanomami, que nunca haviam sido recenseados. As outras operações visaram reduzir a taxa de não resposta em dois ambientes diferentes, mas com resistência aos recenseadores: favelas e condomínios de luxo.
O recenseamento na Terra Indígena Yanomami ocorreu em março e incluiu 26.854 indígenas, sendo 16.560 em Roraima e 10.294 no Amazonas. Foi uma operação complexa que envolveu o trabalho conjunto de cinco ministérios e reuniu 110 servidores federais, incluindo recenseadores do IBGE. O objetivo era recensear 100% da população yanomami no território, o que foi alcançado pela primeira vez na história.
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Nas favelas, o censo enfrentou dificuldades relacionadas à falta de segurança em alguns locais e à desinformação dos moradores, que recebiam notícias falsas de que teriam benefícios sociais cancelados. Além disso, muitas vezes os recenseadores não tinham informações atualizadas sobre novas moradias nas comunidades.
Para superar esses obstáculos, foi lançada uma campanha de conscientização nas favelas, contando com a participação da Central Única das Favelas (Cufa) e recrutando moradores locais como recenseadores.
Nos condomínios de luxo, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá, houve resistência significativa por parte dos moradores, resultando em uma taxa de não resposta de cerca de 20%. Para contornar essa situação, foram realizadas campanhas em redes sociais e veiculadas reportagens na mídia local para esclarecer que os moradores não poderiam ser impedidos de receber os recenseadores.
A mobilização foi bem-sucedida, e a taxa de não resposta em condomínios de alta renda foi reduzida para menos de 5% em uma das três capitais. O Censo 2022 fornecerá informações atualizadas sobre a população brasileira, substituindo os dados do último censo realizado em 2010. O resultado completo do censo será divulgado em julho, incluindo um balanço específico para a população indígena.
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