Redução histórica: Circulação de dinheiro em espécie no Brasil tem queda pela primeira vez desde o Plano Real. Cada vez mais as transações são realizadas de forma eletrônica
O montante total de notas e moedas em circulação no país apresentou uma queda significativa, passando de R$ 370 bilhões em 2020 para R$ 339 bilhões em 2021. Essa redução marca a primeira vez que ocorre desde a implantação do Plano Real em 1994. Atualmente, o Brasil conta com 7,6 bilhões de cédulas e 28,6 bilhões de moedas em circulação. No final de 2020, esses números eram de 8,5 bilhões de cédulas e 27,8 bilhões de moedas. A diminuição foi registrada após um aumento recorde do meio circulante.
Em 2020, o volume de dinheiro em circulação no país aumentou em R$ 89 bilhões. A demanda por papel-moeda foi tão alta que o Banco Central lançou a nota de R$ 200. Conforme o Banco Central, o crescimento atípico de 2020 reflete os efeitos da crise sanitária da COVID-19. Isso ocorreu porque muitas pessoas passaram a guardar dinheiro em casa no início da pandemia e os primeiros pagamentos do auxílio emergencial aumentaram a demanda por dinheiro em espécie.
Por outro lado, em 2021, houve uma mudança nesse cenário. Com milhões de brasileiros digitalizados devido ao auxílio emergencial e mais acostumados a realizar pagamentos pelo celular, o meio circulante encolheu e os pagamentos digitais se tornaram mais frequentes.
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Segundo dados do Banco Central, os saques representaram apenas 3,2% do total movimentado em dinheiro no segundo trimestre de 2021. Esse valor ficou abaixo do percentual do Pix, que foi de 5,9%. O Pix é o sistema de pagamentos instantâneos lançado em novembro de 2020.
O Banco Central destaca que o uso de instrumentos de pagamento eletrônicos aumentou 11% em termos de quantidade e 10% em termos de valor no segundo trimestre de 2021, em comparação com o trimestre anterior. Estima-se que, com isso, 90% das transações bancárias realizadas nesse período tenham sido realizadas por dispositivos móveis ou pela internet.
Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que a tendência é que o meio circulante continue diminuindo, pois cada vez mais as transações são realizadas de forma eletrônica. Ele prevê que, no futuro, a moeda se torne totalmente digital.
Além de liderar o sistema Pix, o Banco Central está estudando a criação de uma moeda digital no Brasil. No entanto, o Banco Central ressalta que o meio circulante continua acima do patamar que estaria caso não tivesse aumentado no início da pandemia de COVID-19. Isso gera um custo elevado para o país.
Conforme a autoridade monetária, o custo anual de manutenção, distribuição, segurança e fiscalização do numerário é de aproximadamente R$ 885 milhões, e esse valor se mantém estável mesmo com a redução do meio circulante observada em 2021.
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