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Sono e doenças crônicas: especialistas alertam para os perigos do trabalho noturno

Inversão do ciclo circadian pode causar impactos adversos no corpo. Legislação trabalhista brasileira estabelece diretrizes claras para o trabalho noturno

Trabalhadores noturnos têm direito a um adicional de até 20% sobre o valor da hora trabalhada
Trabalhadores noturnos têm direito a um adicional de até 20% sobre o valor da hora trabalhada - Divulgação/JC Concursos
Pedro Miranda

Pedro Miranda

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 24/04/2024, às 11h29 - Atualizado em 26/04/2024, às 14h04

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Nos últimos anos, o número de brasileiros que realizam jornadas noturnas tem aumentado significativamente, refletindo não apenas nas atividades laborais, mas também na saúde e no bem-estar desses trabalhadores. Motorista de aplicativo e cobradora de pedágio, são exemplos desses profissionais que enfrentam desafios físicos e mentais devido ao trabalho noturno.

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De acordo com especialistas como Claudia Moreno, pesquisadora da USP, a inversão do ciclo circadiano, que regula os padrões de atividade e repouso do organismo, pode causar impactos adversos. Essa mudança interfere na qualidade do sono, essencial para a saúde, e pode contribuir para o ganho de peso e a fadiga crônica.

"Trabalhar à noite afeta negativamente diversas funções do corpo humano", explicou Moreno ao g1. A adaptação a esse novo ritmo pode levar semanas e nem todas as funções do organismo se ajustam adequadamente, como a regulação hormonal e a digestão.

Além dos efeitos imediatos, como a sensação de cansaço e os cochilos involuntários durante o dia, estudos indicam que o trabalho noturno está associado a um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, incluindo distúrbios cardiovasculares, diabetes tipo 2 e até câncer. "A supressão da melatonina, devido à exposição à luz artificial durante a noite, também pode contribuir para problemas como câncer de mama", explica Moreno.

Legislação trabalhista brasileira estabelece diretrizes claras para o trabalho noturno

Diante desses desafios, especialistas destacam a importância de políticas e práticas que protejam a saúde dos trabalhadores noturnos, incluindo pausas regulares, horários flexíveis e programas de saúde ocupacional.

À medida que mais brasileiros adotam horários noturnos, é fundamental conscientizar sobre os impactos dessa prática e buscar maneiras de mitigar seus efeitos adversos na saúde e na qualidade de vida dos trabalhadores.

A legislação trabalhista brasileira estabelece diretrizes claras para o trabalho noturno, com o intuito de proteger os direitos e a saúde dos trabalhadores, especialmente os menores de 18 anos. Segundo especialistas em advocacia trabalhista, essa regulamentação visa garantir não apenas a segurança, mas também o desenvolvimento saudável dos jovens no ambiente laboral.

Os trabalhadores noturnos têm direito a um adicional de até 20% sobre o valor da hora trabalhada, conforme previsto em lei. Além disso, se a jornada de trabalho se iniciar durante o período noturno e se prolongar para o período diurno, o adicional noturno deve ser aplicado a todas as horas trabalhadas nesse intervalo.

Uma diferença fundamental está na duração da hora noturna em comparação com a hora diurna. Enquanto a hora do trabalhador diurno é contada como 60 minutos, a hora noturna equivale a 52 minutos e 30 segundos, conforme a legislação. Isso implica que, ao final de uma jornada de oito horas durante a noite, por exemplo, o trabalhador receberá o pagamento por nove horas trabalhadas, com o acréscimo do adicional noturno.

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