Candidato a presidência da Argentina propõe reforma monetária que levaria à extinção do Banco Central argentino. Ele se identifica como um economista ultraliberal e "anarcocapitalista"
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com a possível vitória de Javier Milei, um candidato radical de extrema-direita nas eleições presidenciais da Argentina. Haddad destacou ser natural preocupar-se com uma pessoa que defende a ruptura das relações construídas ao longo de séculos entre Brasil e Argentina.
Milei é um economista argentino que venceu as eleições primárias do país, realizadas em agosto. Ele se identifica como um economista ultraliberal e "anarcocapitalista", sendo contrário ao aborto, a favor do casamento homoafetivo e cético em relação às mudanças climáticas.
Haddad enfatizou a importância de manter relações internacionais independentemente de preferências políticas e destacou a proximidade do Brasil com a Argentina, seu principal parceiro na América do Sul.
O governo brasileiro e a comunidade internacional estão de olho nas eleições presidenciais argentinas, marcadas para este domingo (22), à medida que as visões de Milei sobre questões políticas e econômicas geram preocupações.
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Milei, que se identifica com a extrema direita do Vox na Espanha, propõe um sistema bancário e uma reforma monetária que levariam à extinção do Banco Central argentino, permitindo que os cidadãos escolham sua própria moeda.
A eleição de Milei poderia ter implicações significativas nas relações entre Brasil e Argentina, bem como nas políticas econômicas da região, caracterizada por uma longa história de cooperação e interdependência.
A incerteza política na Argentina está gerando debates sobre o futuro da América do Sul e suas implicações para a estabilidade da região.
O ultraliberalismo e o anarcocapitalismo representam abordagens extremas das filosofias políticas e econômicas. Os ultraliberais advogam por um governo mínimo, buscando limitar a intervenção estatal na economia, promovendo o livre mercado e a propriedade privada. Isso geralmente implica na remoção de regulamentações governamentais, privatização de setores públicos e redução de impostos.
Por outro lado, o anarcocapitalismo vai ainda mais longe, defendendo a completa ausência de governo, exceto para a aplicação de contratos e a segurança. Nesse cenário, todas as funções governamentais são transferidas para o setor privado, acreditando que a competição de mercado pode regular eficazmente todos os aspectos da vida econômica e social.
Ambas essas filosofias são vistas como extremas e frequentemente geram debates sobre a viabilidade e os possíveis impactos de suas propostas, na prática.
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