No artigo desse semana, o colunista Gabriel Granjeiro conta a história de superação de Sérgio, que saiu das ruas do Ceará para a carreira de advogado de sucesso
Recentemente, entrevistei um aluno Gran Cursos Online que tem uma daquelas histórias dignas de filme, sabe? Falando sério, a trajetória de Sérgio, hoje advogado no Ceará, é do tipo que nos deixa pensativos por dias...
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Nascido em uma família humilde do interior rural do Maranhão, Sérgio se tornou filho de pais separados ainda criança, e a dinâmica da guarda – informalmente – compartilhada o afetava enormemente. Tanto o pai como a mãe se casaram de novo, e o pior é que eles foram morar em cidades diferentes.
Por um bom tempo, o garoto, que não se dava bem nem com o padrasto nem com a madrasta, vivia sendo enviado de uma casa para a outra, como se ora a mãe o empurrasse para o pai, ora o pai o empurrasse para a mãe, num movimento que o fazia se sentir preterido diante dos novos parceiros dos pais.
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Até que ele se cansou e, numa das inúmeras vezes em que a mãe o colocou num ônibus com destino para a cidade do pai, resolver fugir e seguir a vida sozinho, afastando-se daquela constante humilhação.
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Foi uma decisão muito, muito arriscada, que tinha tudo para piorar ainda mais sua situação, mas ele, do “alto” dos seus 11 anos de idade, embora nem sequer imaginasse o que poderia acontecer, tinha uma certeza: era possível construir para si uma nova história.
Assim, com 6 reais no bolso, mudou de rota. Desceu na cidadezinha de Jacundá, no Pará, e depois viajou a Teresina, no Piauí. Você leu certo: um garoto de apenas 11 anos percorreu quase mil quilômetros completamente só, até se instalar numa cidade que lhe era absolutamente estranha.
Lá não havia ninguém para recebê-lo ou cuidar dele, e o rapazinho acabou morando na rua por mais de um ano, vivendo de bicos, como lavar carros e carregar sacolas para os outros.
Mais tarde, mudou-se para Fortaleza, Ceará, acreditando que ali teria mais oportunidades. E foi o que de fato aconteceu: o pré-adolescente terminou adotado por um homem chamado Nonato, que, segundo o próprio Sérgio, foi a primeira pessoa que enxergou nele um ser humano.
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O menino começou, então, a trabalhar no lava-rápido arrendado de Nonato, mas, infelizmente, não seguiu firme nos estudos como um jovem comum e de família estruturada faria.
Um episódio, porém, foi determinante para que ele retomasse a trajetória educacional. Mais que isso, foi a partir dessa experiência que ele passou a se interessar pelo mundo jurídico.
Certo dia, o pequeno Sérgio foi abordado pelos seguranças de um supermercado, que o conduziram ao banheiro e mandaram que ele tirasse a roupa. A intenção era verificar se o garoto malvestido não era um ladrãozinho roubando algo na loja. Essa foi a humilhação derradeira que marcou Sérgio a ponto de levá-lo às salas de aula depois de quase vinte anos sem ter pisado em uma delas.
Claro que a jornada foi difícil. Nem podia ser diferente, afinal estamos falando de alguém com base escolar praticamente nula. A solução que Sérgio encontrou para recuperar parte do tempo perdido foi submeter-se ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA). Bem-sucedido no provão e com a certificação de nível médio em mãos, o jovem adulto, já com seus 30 anos de idade, pôde ingressar na faculdade de Direito.
Nos bancos da Academia, veio outro choque de realidade: em função do pouco estudo formal e da deficiência, sobretudo, em língua portuguesa, Sérgio escrevia mal e tinha dificuldade para aprender como os colegas. Tudo era mais trabalhoso para ele: interpretar um texto; fazer resumos e resenhas; formalizar um projeto; redigir o trabalho de conclusão do curso, o temível TCC...
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Contudo, como ele mesmo sempre diz, “imagine uma nova história”. Sérgio seguiu imaginando a sua. Insistiu, persistiu e aos poucos foi construindo o próprio futuro, sempre tendo em mente quem ele poderia ser se não abandonasse seus sonhos.
Nosso imparável pagou toda a faculdade com o salário como entregador de aplicativo. Concluiu o curso sem nenhuma reprovação, passou no Exame da OAB – estudando com aulas do Gran, vale mencionar – e se tornou o advogado com inscrição de número 50 mil na Ordem, uma honra que a Seccional do Ceará lhe reservou ao tomar conhecimento da sua incrível história de vida.
Hoje, Sérgio atua num renomado escritório de advocacia. Aliás, também esse fato envolve uma história impressionante: nos tempos de motoboy, o então estudante atendia com frequência os funcionários desse escritório. De entregador passou a estagiário e, por fim, colega de trabalho. Veja que virada!
Ficou interessado em conhecer detalhes da trajetória de Sérgio? Então clique AQUI e assista ao vídeo completo da entrevista com ele. Como você verá, nosso imparável se orgulha muito de ser fonte de inspiração para outras pessoas. Então, minha proposta é: inspire-se nele e IMAGINE uma nova história para você também! Construa para si um novo futuro! É possível e está logo ali.
*texto de Gabriel Granjeiro, diretor-presidente do Gran Cursos Online
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