No acumulado em 12 meses, o IPCA de agosto está com o menor índice desde o mês de junho de 2021
Nesta sexta-feira (09), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do mês de agosto, a inflação oficial do Brasil, que apresentou uma deflação de 0,36%. Com isso, o ano de 2022 já acumula uma alta de 4,39%, dentro da meta de inflação do Banco Central.
Em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA de agosto está em 8,73%, o menor desde junho de 2021.
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, afirmou que a desaceleração na deflação foi influenciada pela tarifa da energia elétrica e pelo preço dos combustíveis.
“Um dos fatores é a retração menos intensa da energia elétrica (-1,27%), que havia sido de 5,78% no mês anterior, em consequência da redução das alíquotas de ICMS. Também houve aceleração de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto”, argumentou.
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Kislanov relembra que, em julho, o preço da gasolina recuou 15,48% e, em agosto, a retração foi de 11,64%. Assim, o grupo dos transportes registrou -3,37%, com a queda de 10,82% nos preços dos combustíveis. No mês, o gás veicular caiu 2,12%, o óleo diesel retraiu 3,76% e o etanol ficou 8,67% mais barato.
Além disso, o IBGE informa que as passagens aéreas caíram 12,07% em agosto, após quatro meses consecutivos de alta, influenciadas pela sazonalidade das férias de julho que geram aumento da demanda, bem como as altas anteriores que elevaram a base de comparação.
O grupo comunicação teve queda de 1,10%, com a redução de 6,71% nos planos de telefonia fixa e de 2,67% em telefonia móvel.
Apesar do forte movimento de baixas, os alimentos não apresentaram uma queda nos preços. E isso também ocorreu em agosto, embora tenha perdido força na elevação dos preços.
O grupo alimentação e bebidas subiu 0,24%, após a alta de 1,30% de julho. Ficaram mais caros o frango em pedaços (2,87%), queijo (2,58%) e frutas (1,35%). Foram verificadas quedas no preço do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%).
Um dos vilões em julho, o leite longa vida teve uma queda de 1,78%. Kislanov destacou que isso ocorreu por causa da proximidade do fim da entressafra.
“Nos últimos meses, os preços do leite subiram muito. Como estamos chegando ao fim do período de entressafra, que deve seguir até setembro ou outubro, isso pode melhorar a situação. Mas, no mês anterior, a alta do leite foi de 25,46%, ou seja, os preços caíram em agosto, mas ainda seguem altos”, explicou.
O grupo habitação subiu 0,10% em agosto. O segmento de saúde e cuidados pessoais teve alta de 1,31%, com as elevações de 2,71% no item higiene pessoal e de 1,13% no plano de saúde. O grupo vestuário teve a maior variação no mês: 1,69%. As principais influências foram roupas femininas (1,92%), masculinas (1,84%) e calçados e acessórios (1,77%).
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