Segundo uma pesquisa da CNC, o número de pessoas endividadas chegou a quase 80% em abril
Victor Meira | victor@jcconcursos.com.br
Publicado em 02/05/2022, às 14h11
O número de pessoas endividadas atingiu o maior número em 12 anos, segundo um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Diante disso, o JC Concursos fez um levantamento sobre as principais informações que explicam este recorde batido recentemente.
O Brasil enfrenta uma das piores pressões inflacionárias desde a implantação do Plano Real em 1994. Na última divulgação sobre o desempenho da primeira quinzena de abril do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15), que é uma prévia da inflação oficial, o indicador teve um crescimento acumulado, em 12 meses, de 12,03%, o maior desde 1995.
O rendimento salarial médio do brasileiro não conseguiu acompanhar a alta da inflação. A última Pnad Contínua, divulgada no dia 29 de abril, informa que a média dos salários no Brasil até cresceu em comparação ao trimestre encerrado em dezembro, mas que já sofreu perdas de 8,7% ao comparar com o mesmo período do ano passado.
Ao mesmo tempo em que tudo isso acontece, a taxa básica de juros segue em uma escalada que parece não ter fim. No início de 2021, a Selic começou o ano em 2%. Em pouco mais de 12 meses, ela chegou ao patamar de 11,75%.
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Mas, a subida não deve parar por aí. Uma vez que o mercado financeiro tem a expectativa que o ano de 2022 feche com uma taxa de juros na casa dos 13%, como indica o Boletim Focus do dia 02 de maio de 2022.
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Ao cruzar os dados, a capacidade de endividamento do brasileiro tem um potencial de aumentar. Fato que foi confirmado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A pesquisa diz que as parcelas de famílias endividadas (com dívidas em atraso ou não) e inadimplentes (com dívidas e contas em atraso) atingiram os maiores valores em 12 anos. O percentual de endividados chegou a 77,7% em abril, o maior nível desde o início do estudo em janeiro de 2010. Em abril de 2021, as famílias com dívidas eram 67,5%. Em março deste ano, eram 77,5%.
Fenômeno semelhante ao percentual de inadimplentes que chegou a 28,6%, o segundo maior nível da pesquisa, ficando abaixo apenas da taxa de janeiro de 2010 (29,1%). Em março deste ano, a parcela era de 27,8%, enquanto em abril de 2021 chegava a 24,2% (4,4 pontos percentuais abaixo do registrado em abril deste ano).
As famílias que não terão condições de pagar suas dívidas chegaram a 10,9% em abril deste ano, acima dos 10,8% do mês anterior e dos 10,4% de abril do ano passado. Essa também é a taxa mais alta desde julho de 2021, quando foram registrados os mesmos 10,9%.
O cartão de crédito é o principal motivo das dívidas. Entre as famílias endividadas, 88,8% têm dívidas com o cartão.
O tempo de comprometimento com as dívidas ficou em 7,1 meses, abaixo dos 7,2 meses de março, mas acima dos 6,8 meses de abril de 2021.
*com informações da CNC e Agência Brasil
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