O ministro da Educação, Camilo Santana, comentou que está preocupado com a situação dos cursos de licenciatura do Brasil
Os cursos de licenciatura são aqueles que preparam os universitários para dar aulas para jovens e crianças dos ensinos fundamental e médio. Apesar do incentivo governamental, somente 38% do total de estudantes destes cursos em instituições federais concluíram a graduação de forma presencial. Nos cursos de matemática e ciências da natureza, esse índice é ainda mais baixo e cai para 30% e 34%, respectivamente.
As informações fazem parte do estudo sobre Indicadores de Qualidade da Educação Superior no Brasil, relativos a 2021, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo Ministério da Educação (MEC).
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Foi avaliado o desempenho de 17 cursos de licenciatura, incluindo artes visuais, ciência da computação, ciências biológicas, ciências sociais, educação física, filosofia, física, geografia, história, letras português, letras português e espanhol, letras português e inglês, letras inglês, matemática, música, pedagogia e química.
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Em todos esses cursos, o desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) ficou abaixo de 50 em uma escala de 0 a 100.
Os cursos de licenciatura em ciência da computação e educação física tiveram as menores médias nacionais , com respectivamente 30,6 e 35,6 pontos, enquanto ciências sociais teve a melhor média, com 45,3 pontos.
O ministro da Educação, Camilo Santana, relatou que está preocupado com a situação. Ele diz que é necessário ter uma atenção especial na formação dos docentes.
"Se queremos melhorar significativamente a qualidade da educação básica desse país, precisamos fortemente olhar para a qualidade da formação inicial dos nossos professores. Nós estamos falando de frear esse quadro que temos hoje e reverter essa tendência, para que a gente possa ter um resultado melhor nos próximos anos e nas próximas avaliações realizadas pelo INEP", afirmou.
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A avaliação dos cursos é feita com base em dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), do Conceito Preliminar de Cursos (CPC), do Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) e do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD). Foram avaliados um total de 7.512 cursos, sendo 4.750 de licenciatura, 2.020 de bacharelado e 742 tecnológicos.
Luiz Cury, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), destacou que os dados mostram três diferentes fases da evasão nos cursos de licenciatura: a recusa em preencher novas vagas, a alta desistência durante o curso e a baixa relação entre o número de formandos e vagas de emprego.
Cury classificou como "muito grave" a perda de perspectiva profissional e ressaltou que é fundamental que os estudantes se identifiquem com o curso e o processo de formação de competências.
"Por isso, é importante que haja políticas de ingresso adequadas e que tanto as instituições públicas quanto as privadas repensem seus currículos e desenvolvam políticas apropriadas", afirmou ele.
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