De acordo com os relatos, a empresa que fabrica a pomada de cabelo funciona desde 2016 mesmo com licença cancelada. Cerca de 150 pessoas tiveram problemas de saúde
Nas últimas semanas, muitas mulheres do Rio de Janeiro (RJ) que usaram uma pomada de cabelo para fazer tranças, passaram a relatar problemas de saúde após contato com a água. Cerca de 150 pessoas tiveram irritação nos olhos e, em alguns casos, até mesmo cegueira temporária.
Por causa disso, a Secretaria estadual de Saúde do RJ determinou a apreensão pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de todos os produtos da empresa Microfarma Indústria e Comércio LTDA do comércio no estado, principalmente das pomadas de cabelo Cassu Braids, que causaram os problemas de saúde nas vítimas.
De acordo com os relatos, a empresa funciona desde 2016 mesmo com licença cancelada e cadastro irregular do CNPJ. A Anvisa já havia determinado a suspensão da fabricação, propaganda e venda do produto. Agora deve investigar as substâncias que causam esses sintomas.
O rótulo do produto inclui instruções para evitar o contato com os olhos e mucosas e para remover a pomada antes de ir a locais como piscinas, praias e cachoeiras.
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A auxiliar administrativa de uma escola, Ana Cláudia Alves Duarte, contou à Radioagência Nacional o que sentiu depois de usar a pomada de cabelo. Além dela, outra mulher teve os mesmos sintomas após fazer um mergulho no mar.
“Eu fiz as tranças com uma trancista e o produto, ao meu ver, em contato com o cloro escorreu quando estava na piscina, que causou uma ardência muito forte. E depois, à noite, estava com as duas vistas embaçadas, e no dia seguinte acordei com a vista esquerda totalmente embaçada e irritada”.
A coordenadora do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Fabiane Molinari Brenner, alerta que antes de comprar cosméticos ou produtos de higiene pessoal, as pessoas devem ficar atentas se a embalagem tem registro na Anvisa.
“Nesse produto específico, ele apresenta provavelmente concentrações mais altas desses conservantes e, além disso, [...] os conservantes são autorizados apenas para produtos com o enxágue imediato. Então, como essas tranças são realizadas e ficam no couro cabeludo, o paciente só vai imergir em água horas depois ou no dia seguinte, essa substância é liberada", explica Fabiane.
A empresa Microfarma não retornou os contatos feitos pela Radioagência Nacional.
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