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Recenseadores do IBGE ameaçam greve nacional e pedem posicionamento do instituto

Ao cobrar um posicionamento da presidência do IBGE sobre as condições de trabalho, os recenseadores ameaçam deflagrar greve nacional; saiba mais

Uma recenseadora entrevista uma mulher durante Censo Demográfico
Uma recenseadora entrevista uma mulher durante Censo Demográfico - Divulgação - Recenseadores do IBGE ameaçam deflagrar greve nacional
Jean Albuquerque

Jean Albuquerque

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 22/08/2022, às 18h35

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Os recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) ameaçam deflagrar greve nacional, caso o Instituto não se posicione sobre a precarização das condições de trabalho aos contratados para a realização do Censo Demográfico 2022. A informação é do Portal Nacional da Educação. 

De acordo com o portal, o principal motivo para a possível paralisação é a falta de pronunciamento do presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, sobre as condições de trabalho dos contratados temporariamente. 

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43 milhões de brasileiros já responderam ao questionário 

Durante três semanas de coleta de dados, cerca de 43 milhões de pessoas responderam ao questionário do censo de 2022 do IBGE e mais de 19 milhões de domicílios foram entrevistados em todo o país. Segundo o instituto, a população da comunidade quilombola será recenseada a partir deste censo. 

Os recenseadores contratados estão afirmando que uma das dificuldades é a coleta de informações dessa comunidades, além de outras questões, como: 

  • Veiculação das notícias falsas;
  • Deslocamento em áreas perigosas ou de difícil acesso;
  • Ameaças, agressões (verbais e físicas) e o assédio sexual;
  • Abuso de autoridade;
  • Falta de assistência da supervisão com a sua equipe em campo;
  • Divergência de informações prestadas durante o treinamento e na prática, como por exemplo, o fechamento do setor censitário (% do número de ausentes e recusas);
  • Desligamento sem ou com justa causa sem justificativa;
  • Falta de divulgação (outros meios de comunicação: outdoor, carro de som e outros);
  • Ausência da ajuda de custo do treinamento (realizado em julho). 

Também ao site, um recenseador que não quis se identificar, afirmou que criou grupos no WhatsApp para coletar informações dos recenseadores de todo o país, além de confeccionar uma carta cobrando posicionamento sobre o assunto. Procurada pela reportagem do Portal Pne, o IBGE não se manifestou sobre o caso.  

Confira carta escrita pelos recenseadores

"Nós a união dos recenseadores do brasil, grupo pacifico, independente e de livre iniciativa, gostaríamos de comunicar ao instituto brasileiro de geografia e estatística sobre as lesões aos direitos dos recenseadores.

Inicialmente, gostaríamos de pontuar os frequentes e costumeiros atrasos em relação aos pagamentos da categoria. Diversos recenseadores têm nos relatado que não receberam a ajuda de custo relacionado ao treinamento, tão pouco a ajuda de custo relacionada ao deslocamento para executar o recenseamento. Essa falta de regularidade nos pagamentos está comprometendo a execução do serviço, onde uma grande parcela da categoria necessita deslocar-se através do transporte coletivo, local e ou regional.

Não obstante, as desencontradas informações têm gerado insegurança e ansiedade para toda a categoria. Tratando-se de repercussão geral, chegou ao conhecimento dos recenseadores, que só poderíamos encerrar o trabalho no setor censitário se tivermos aplicados questionários a 95% de todo o setor. A categoria é unânime em solicitar a reconsideração deste critério, tendo em vista que a informação não nos foi passada em treinamento e também não consta no manual do recenseador.

Somos remunerados por produção, logo nosso interesse seria fazer “110%” do setor censitário; paradoxalmente encontramos, nos debatemos com diversas situações onde o cidadão é taxativo em afirmar que não vai prestar as informações ao ibge, não nos dando outra escolha. 

Outrossim, gostaríamos que v.sª, analisasse a concessão de um valor de ajuda de custo que seja superior ao transporte coletivo, exercemos atividade penosa, estamos expostos na rua onde muitas vezes temos a necessidade de comprar uma água ou fazer um lanche para postergarmos o trabalho de coleta.

Face ao exposto, que temos orgulho em integrar uma das fundações mais respeitadas do país. o censo é fundamental para alimentar a base de dados da administração pública, e desta forma os entes federativos poderão gerir os recursos públicos da melhor maneira possível. Certo de sermos atendidos, gostaríamos de agradecer antecipadamente vossos esforços."

*Com informações do Portal Nacional da Educação

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