Desde 1996, a Polícia Federal nunca encontrou indícios de fraudes nas eleições do Brasil. Bolsonaro citou teorias conspiratórias e ainda atacou o TSE e STF
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 18/07/2022, às 18h17
Mais uma vez, mesmo sem provas, o atual presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o sistema eleitoral do país. O chefe da República repetiu discurso amplamente defendido por ele e pela ala militar, que têm afirmado que o voto por meio de urnas eletrônicas é passível de fraudes. A declaração foi feita na reunião de embaixadores estrangeiros realizada nesta segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada.
Ainda no encontro, Bolsonaro citou vídeos e versões fora de contexto que já foram desmentidas pela Justiça Eleitoral. Por meio de apresentação de slides, ele disse que é acusado de querer dar um golpe de estado, mas está questionando o sistema eleitoral antes mesmo do pleito ser realizado porque ainda há tempo de checar as suspeitas levantadas.
“Nós preservamos a nossa democracia. Até o momento uma só palavra minha houve fora do que chamo de quatro linhas da nossa Constituição, respeitamos as leis”. Segundo Bolsonaro, hackers permaneceram no computador do TSE por oito meses e obtiveram a senha do ministro da Justiça. "Eu sou presidente da República e fico envergonhado de falar isso aqui".
Esta não é a primeira vez que o presidente cita documentos investigativos abertos pela Polícia Federal. A Justiça Eleitoral já emitiu parecer sobre o caso, comprovando que a investigação não identificou fraude na eleição de 2018, como Bolsonaro voltou a insistir nesta segunda.
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Em novo ataque às urnas eletrônicas, Bolsonaro disse que apenas dois países do mundo usam o sistema eleitoral eletrônico, além de lembrar o esfaqueamento que sofreu em 2018. "Repito, o que queremos são eleições limpas, transparentes. Eleito deve realmente refletir a vontade da população".
Desde a introdução do método de votação em 1996, a Polícia Federal não encontrou até o momento, nenhum registro de investigação envolvendo urnas eletrônicas fraudulentas. Na reunião, Bolsonaro ainda "alertou" para o risco de instabilidade no país. "Sei que os senhores querem estabilidade democrática e ela só será conseguida com eleições transparentes".
Bolsonaro que, constantemente, levanta suspeitas de qualquer instituição ou órgão que se oponha a forma dele de governar o país, disse que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Supremo Tribunal Eleitoral, atuam para espalhar acusações infundadas sobre o desempenho dele como presidente. Ele também disse que Edson Fachin, atual presidente do TSE, e Luís Roberto Barroso vinham promovendo o risco de instabilidade sem provas.
Sem prova alguma, o presidente ainda acusou Fachin de querer eleger o ex-presidente Lula e lembrou que Barroso foi advogado do terrorista Cesare Battisti.
*Com informações do Estadão
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