Cerca de 1,6 mil militares das três Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica, receberam de janeiro a maio mais de R$ 100 mil por mês, saiba mais
Os 1.559 militares das três Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica, receberam de janeiro a maio deste ano, pagamentos líquidos de mais de R$ 100 mil por mês. Esses profissionais juntos somam o valor de R$ 262,5 milhões já com os descontos, como o do Imposto de Renda e da Previdência, é o que revela uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo.
Figuram na lista dos beneficiados os oficiais que faziam parte do governo de Jair Bolsonaro (PL), a exemplo do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O general chegou a ter em março rendimentos líquidos no valor de R$ 305,4 mil, momento quando chegou a passar para a reserva remunerada do Exército.
No topo da lista de pagamentos, está o coronel do Comando do Exército, James Magalhães Sato, de 47 anos. Em abril, ele chegou a ter pagamento líquido no valor de R$ 603.398,92, o que corresponde a 38 anos de rendimentos de um trabalhador que recebe o salário mínimo atual de R$ 1.212.
+++ Auxílio taxista de R$ 1 mil começa a ser pago nesta terça-feira (16); veja calendário
LEIA TAMBÉM
No portal da transparência, no caso de Eduardo Pazuello, em março, a remuneração bruta de R$ 32 mil teve acréscimo de verbas indenizatórias, que chegaram a somar R$ 282,6 mil, o que resultou nos recebimentos líquidos de R$ 305,4 mil. A informação disponível no portal é a de que os vencimentos são referentes a valores decorrentes de atrasos. Pazuello foi procurado pelo jornal, mas optou em não se pronunciar.
Um Major-Brigadeiro da Aeronáutica, que atua desde fevereiro no Quarto Comando Aéreo Regional (IV COMAR), sediado em São Paulo, junto ao aeroporto do Campo de Marte, abocanha em outras remunerações eventuais o valor de R$ 376,8 mil, o que resulta no líquido de R$ 405,7 mil. A justificativa que aparece no Portal da Transparência é a de que ele está em ajuste de contas, o que significa que irá deixar a ativa.
A reportagem do jornal procurou o Ministério da Defesa para explicar os supersalários, mas a pasta reencaminhou a mesma nota já enviada antes. Os comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica foram procurados, mas optaram por não se manifestar.
Sobre o assunto, o texto afirma que “os valores referem-se à remuneração mensal e a indenizações pontuais e a atrasados. Essas indenizações são relativas ao recebimento de férias não usufruídas ao longo da carreira, ou a outros direitos, que são calculados na ocasião da passagem dos militares para a reserva”.
“Cabe ressaltar que as Forças Armadas cumprem, rigorosamente, a legislação que rege o pagamento de seus militares e servidores civis. Os valores são lançados no Portal da Transparência e são submetidos à fiscalização dos órgãos de controle”, diz outro trecho da nota.
“Ainda que fosse possível argumentar, de alguma maneira insondável, a compatibilidade dos pagamentos feitos com o princípio da legalidade, os pagamentos em questão permaneceriam incabíveis dada a total insensatez do período em que foi realizado (pandemia em que a população brasileira sofreu elevadas perdas econômicas), sendo completamente contrário às boas práticas administrativas, ao princípio da eficiência e ao interesse público”, finaliza o autor do texto, o procurador Lucas Furtado.
*Com informações do Jornal O Estado de São Paulo
+++ Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos
Siga o JC Concursos no Google NewsSociedadeBrasilMais de 5 mil cidades no Brasil!
+ Mais Lidas
JC Concursos - Jornal dos Concursos. Imparcial, independente, completo.