Os testes de segurança nas urnas eletrônicas serão realizados até sexta (13). Especialistas em tecnologia verificam melhorias aplicadas no sistema
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 11/05/2022, às 18h38
De quarta (11) até sexta-feira (13), organizações e especialistas voluntários vão estar na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para identificar cinco possíveis falhas identificadas na primeira fase do Teste Público de Segurança das urnas eletrônicas, que foram resolvidas pelo órgão.
Durante o período, os especialistas em tecnologia e segurança da informação tentaram “quebrar” as barreiras de segurança das urnas eletrônicas a fim de encontrar falhas no sistema. No ano passado, 26 instituições participaram do processo. Dos 29 planos executados pelos investigadores, 24 foram malsucedidos. Agora, os técnicos voltam ao TSE para repetir as tentativas de ataque ao sistema que passou por atualizações promovidas pelo tribunal.
Será verificado se o TSE conseguiu impedir a chance remota do envio de boletim de urnas não criptografadas, que são os códigos, e o acesso à rede de computadores do TSE. Além disso, conferir se o tribunal tornou impossível a instalação de monitor de pressão nas urnas, e vazamento de áudio para eleitores cegos.
Conforme explicou o juiz substituto do Tribunal, Sandro Vieira, para realizar os testes para confirmar a segurança das urnas eletrônicas, algumas barreiras foram removidas. Ele garante que as urnas eletrônicas são seguras.
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Essas etapas de verificação estão em vigor desde 2009 e foram implementadas pela primeira vez nas eleições de 2010.
O coordenador geral da Frente Nacional de Enfrentamento à Desinformação e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Frederico de Almeida, disse à CNN que caso permaneçam vulnerabilidades após o teste de confirmação, o tribunal eleitoral volta a reunir-se para ajustar o problema e convidar novamente os detectores de falhas para investigar a segurança do sistema.
Por outro lado, se todos os pontos forem ajustados com sucesso, a etapa pode ser considerada aprovada. Se nenhuma falha for encontrada nos testes públicos de segurança das urnas eletrônicas, “o TSE realiza a versão definitiva dos sistemas de assinatura digital e disponibiliza, para cada TRE [Tribunal Regional Eleitoral], a assinatura de inicialização e importação dos dados eleitorais para dar seguimento ao preparo da votação”, disse Renato Ribeiro de Almeida, advogado especialista em direito eleitoral à CNN.
O advogado explicou ainda que em qualquer etapa da distribuição, do TSE aos cartórios eleitorais, pode-se verificar que o sistema importado é o mesmo que o aprovado oficialmente após todas as medidas de segurança.
As urnas eletrônicas utilizam a mais moderna tecnologia em criptografia, assinaturas digitais e resumos digitais. “Qualquer tentativa de executar software não autorizado na urna eletrônica resulta no bloqueio do seu funcionamento. De igual modo, tentativas de executar o software oficial em um hardware não certificado resultam no cancelamento da execução do aplicativo”, acrescenta Renato.
Renato explica que a principal diferença entre os dois processos é que “no Teste Público de Segurança, os investigadores tentam atacar a urna eletrônica para tentar encontrar falhas. Já na auditoria anterior às eleições, é feito um teste na urna eletrônica para aferir sua funcionalidade e se os dados eleitorais estarão gravados e seguros em seu interior”.
“Todo esse processo garante enorme segurança ao sistema eleitoral que está se aperfeiçoando a cada eleição”, destaca o advogado.
Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque
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