O acúmulo de atividades e as incertezas sobre o futuro podem gerar questionamentos como: será que eu dou conta de tudo? A nossa mente é capaz de criar mecanismos para focar naquilo que realmente é importante
Prazos para cumprir, urgências surgindo de todos os lados, família demandando atenção, contas vencendo... Possivelmente essa é a sua rotina atual. Sua e de muitos. Chega uma hora, temos tanto para fazer, tanto para conquistar, que bate o desespero.
É quando começam os questionamentos. Será que minha situação financeira vai melhorar? Será que terei dinheiro para oferecer aos meus filhos tudo que eu gostaria? Será que vou poder ajudar os meus pais? Será que algum dia vou passar no concurso da minha vida? Será que consigo mesmo aprender tudo isso? São muitas as dúvidas, as angústias, que podem se resumir a uma só: Será que vou dar conta?
Apesar de ser conhecido como alguém que faz mil coisas ao mesmo tempo, eu também já perdi a energia e cheguei a pensar que seria incapaz de cumprir os meus inúmeros papéis, de empreendedor, filho, irmão, marido, amigo, líder. Minha agenda semanal é notoriamente cheia. São dezenas de reuniões, negócios acontecendo e por vir, e não abro mão da rotina de exercícios físicos e leituras. Não costumo faltar aos compromissos familiares e ainda encontro tempo para produzir textos e publicar posts nas redes sociais.
Contudo, em minha trajetória, os momentos de hesitação não foram poucos. Precisei lutar muito para ativar meus impulsos mais latentes e persistir. No processo, aprendi que a mente é mais poderosa do que se imagina. Hoje, não tenho dúvida: é, sim, possível dar conta de tudo que é verdadeiramente importante. Basta respeitar algumas condicionantes e ter paciência.
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Veja bem, você já deu conta do mais difícil na loteria da vida, que é nascer. Além disso, tem saúde; muita ou pouca, mas tem. Está vivo, afinal... Você é livre e inteligente. Ou seja, dispõe de todas as ferramentas para encontrar o ouro. Só falta cavar. As oportunidades, especialmente se você entrou pra valer na fila da aprovação em concurso, estão à sua volta. Em todos os cantos do país, há editais sendo lançados, sobretudo agora, com a Grande Retomada que estamos testemunhando.
Então, só tenho isto a dizer: você dará conta. Dará conta de enfrentar todos os desafios, de resolver os problemas, de crescer. Dará conta de tudo, mas, para isso, precisa:
Não se trata de aceitá-las cegamente, mas de não rejeitá-las de pronto, ponderando antes. Seja crítico em relação a suas antigas certezas e concentre-se no que é significativo. Sua prioridade é proteger a capacidade de priorizar.
Desejo tudo de bom a quem é feliz com as coisas como estão. Que siga em frente! Mas, se não é o seu caso, adote postura questionadora, seja diferente. Avance como se estivesse subindo uma escada degrau por degrau – sem saltar nenhum –, refletindo, assimilando as lições, sendo seletivo. Desse incômodo em seu interior virá uma força que você sequer imagina ter.
“Quando assumimos uma nova posição, nos tornamos responsáveis inclusive pelo que aconteceu antes de nossa chegada.” Ouvi isso de um amigo diretor do Gran, que não poderia ter mais razão. Esse senso de responsabilidade traz um enorme benefício, na medida em que permite direcionar a energia para o que interessa: o futuro. “Tenho de resolver, e pronto” é a mentalidade. Nada de ficar preso ao passado. Nada de deixá-lo definir quem você será amanhã.
Se você foi uma criança feliz, que nunca precisou enfrentar dificuldades, já começou melhor que muita gente. Do contrário, trate de seguir em frente, trabalhando por melhores dias.
Semeie hoje para colher amanhã. Dedique-se mais agora, trabalhe duro agora, estude firme agora. No fim, terá valido a pena superar cada desafio. Imagine a satisfação de ter feito o que algumas pessoas dizem que você não daria conta de fazer.
É impossível fazer tudo ao mesmo tempo, mas isso deixa de ser um problema quando se compreende a necessidade de respeitar as fases da vida. Por exemplo, ninguém questiona que um pai tem de ser presente para os filhos. Eventualmente, porém, mesmo ele talvez se veja obrigado a sacrificar alguns momentos com a família para pavimentar um caminho melhor.
Da mesma forma, diante de um projeto importante, pode ser inevitável se afastar por um tempo dos amigos, mas os verdadeiros são aqueles com quem se pode bater um papo depois de anos e, ainda assim, parecer que a última vez que se viram foi no dia anterior. Explique, se possível. Peça compreensão, quando necessário. Se entenderem, ótimo. Se não, siga em frente. Você quer dar conta e fazer o melhor, o que tem um preço.
Se você incluiu em sua agenda um compromisso com os estudos, trate de honrá-lo. Está no roteiro, precisa ser feito. Simples assim. Parece básico, e é, mas algumas pessoas têm sempre uma desculpa na manga, algo que as convença a procrastinar. Não seja uma delas.
Tudo que envolve crescimento impõe um pouco de paciência. Assim como o atleta precisa aguardar os treinos surtirem efeito, nós também devemos nos manter minimamente serenos enquanto nos fortalecemos com a experiência e as progressivas cargas de responsabilidade.
Uma dica final: não queira dar conta de tudo sozinho. Às vezes, olho para trás e me pergunto como consegui fazer isso ou aquilo. Então concluo que não estava só. Contei com ajuda em todos os momentos. Talvez, no seu caso, as pessoas que estarão ao seu lado não sejam da sua família. Talvez você não tenha apoio nem do seu companheiro ou companheira. Talvez nem mesmo os amigos de mais longa data estejam disponíveis para fazer a caminhada ao seu lado. Tudo bem. Sempre haverá quem queira ajudar, ainda que no âmbito virtual.
Aceite assistência, aceite amparo. É muito, muito difícil chegar longe sem uma base sólida que sustente você. Erga a cabeça e repita sempre que necessário: “Eu dou conta. Vou até o fim.” Haverá lágrima, choro, frustração, dor e noites mal-dormidas, mas também alegria, momentos marcantes, risos, surpresas, mudanças extraordinárias. Você dá conta.
“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” – Provérbios 4:18.
*texto de Gabriel Granjeiro, Diretor-Presidente do Gran Cursos Online
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