Com a ascensão das redes sociais, nós ficamos cada vez mais dependentes da opinião alheia. Mas, não devemos ficar presos na opinião dos outros. Ora, somente você define quem você é
“A opinião dos outros não é a sua realidade.” Les Brown, palestrante norte-americano.
Saber se proteger da opinião dos outros é essencial. Sobretudo para quem almeja concretizar grandes projetos, faz toda diferença levantar barreiras contra as tentativas dos outros de estabelecer rótulos. O desafio não é nada trivial, na medida em que predomina, no mundo, a cultura de prejulgar e, mais que isso, de influenciar negativamente a construção de autoimagens. O maior perigo disso é acabarmos seguindo os caminhos ditados por gente de visão limitada, o que inclui alguns familiares e amigos, infelizmente.
Ora, caro leitor, a opinião das pessoas não é o seu sustento. Você não precisa da aprovação delas; o que interessa, mesmo, é a sua missão, aquela que você definiu para si. Portanto, nada de viver com base na opinião dos outros. Elas não importam tanto assim.
A vida não costuma entregar o que queremos, mas o que somos. Precisamos, então, conhecer profundamente a nós mesmos. Essa autopercepção vem de um processo perpétuo de busca pela verdade e pelo desenvolvimento pessoal, mais focado no que se sabe de si e menos na visão de terceiros. É preciso assinar consigo um pacto de intenções no qual esteja bem claro qual é a pessoa que se pretende ser, e não a que os outros impõem.
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Mas por que isso é tão relevante? Porque, ao formarmos uma opinião a respeito de nós mesmos, começamos a agir de acordo com ela. Passamos a operar, consciente e inconscientemente, dentro desses parâmetros, o que pode ser moldado para o bem ou para o mal, a depender do que você alimenta.
Parafraseando Les Brown, citado na abertura da nossa conversa – alguém que, tenho de dizer, veio ao mundo no seio de uma família pobre e vivenciou a terrível experiência de ser abandonado pelos pais –, todos nascemos únicos, mas a maioria morre como cópias. Somos influenciados sobremaneira pelo nosso contexto e por quem está ao nosso redor.
De fato, é enorme – e paradoxal – a pressão para nos sentirmos especiais, ainda que devidamente moldados à cultura em que nos inserimos, mas saiba que você já é único, a seu modo, por mais que ninguém reconheça isso ainda. Acredite nisso e busque o seu caminho em vez de viver tentando provar algo para quem não interessa. Viva de propósito e não de culpa, de provas, de rótulos.
Veja bem: nosso senso de propósito surge de dentro para fora. Isso significa que ninguém motiva ninguém. Não importa se estamos falando de um professor, de um líder espiritual, de um coach, de um técnico, de um influencer, de uma celebridade... Ninguém, ninguém mesmo, pode despertar no outro a verdadeira vontade de agir.
Opa! É isso mesmo, Gabriel? Sim, é isso. O máximo que alguém que nos inspire pode fazer é oferecer estímulos que, se bem aceitos, até aquecem o coração, contribuindo para a fervura do sangue. Mas note que se trata de contribuir para a tomada de decisão, nada além disso. Podemos nos sentir animados a, enfim, dar o primeiro passo, mas a motivação propriamente dita, ah, essa está aí dentro, e só você pode ativá-la! Não a deixe morrer por pura falta de segurança.
Quando alguém se conhece bem o bastante para saber exatamente qual é a sua fagulha, ou seja, de onde tirar a motivação para seguir adiante, sente algum alívio na pressão social que lhe é imposta.
Já aconteceu de você estar no meio de algo, como, por exemplo, uma apresentação na escola, e ouvir sussurros, como se estivessem falando mal de você? Lembro bem de quando isso acontecia comigo. Sempre fui muito tímido, e minhas primeiras tentativas de falar em público foram péssimas. Mas, com o tempo, fui aprendendo a ignorar os cochichos, procurando me superar apenas porque eu queria.
Hoje posso dizer com conhecimento de causa: se você der atenção demais aos gracejos, isso vai matá-lo por dentro. Avance apesar deles, melhorando um pouquinho a cada dia. Acredite: vai chegar a hora em que os murmúrios vão ficar cada vez mais baixos e raros, até se converterem em aplausos e tapinhas nas costas.
Se você decidiu estudar para concurso ou está envolvido em algum outro projeto e parece que a maioria das pessoas torce contra, conforte-se em lembrar o óbvio: você está fazendo o que é certo para si. Ponto final. Não deve nada aos outros, tampouco precisa provar algo para eles. Então, pare de se colocar na posição de firmar acordos e meios-termos, como se um compromisso pela metade tivesse lá o seu valor. Não tem. Interrompa o ciclo de se nutrir da aprovação alheia e comece a se bastar por si próprio.
Se você é do tipo que desiste de um projeto sempre que nota não estar recebendo os devidos aplausos, entenda que esses são os motivos errados. Aprenda a discernir o caminho que você realmente quer trilhar da rota que os outros querem que você siga. Mesmo que esta pareça mais fácil, não se engane: foi pensada por terceiros, que conhecem apenas parte de você. A vida é curta demais para planos B e longa demais para viver como uma cópia, um robô programado para ir por tal avenida. Em outras palavras, ninguém melhor que você mesmo para tomar a decisão certa.
Amigo leitor, você tem diante de si uma oportunidade ímpar: buscar conhecimento. Já disse o milionário empreendedor indiano Naval Ravikant: “As ferramentas para aprender são abundantes. É o desejo de aprender que é escasso.” Convido você a integrar esse seleto grupo de pessoas dispostas a saber cada dia um pouco mais. E trate de apreciar o processo. Apaixone-se pela ideia de aprender continuamente, porque o conhecimento é infinito.
Você nunca se sentirá cem por cento pronto, mas, tijolo por tijolo, há de edificar algo de enorme valor. Você é digno, sim! Você merece a vitória, sim! Você consegue, sim, construir um futuro melhor que o passado e o presente! Eu enxergo claramente que isso é possível. E você?
*texto de Gabriel Granjeiro, Diretor-Presidente do Gran Cursos
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