Wilson GranjeiroEsta semana recebi em minha sala alguns alunos concurseiros desesperados. Eles vieram me pedir ajuda, conselhos e dicas, quaisquer palavras que os estimulassem a não desistir e a continuar na “fila”. Todos me perguntaram, ao mesmo tempo: “Passar em concurso público é muito difícil?”
É, sim, e sempre ressaltei isso em palestras, aulas e artigos. Digo isso não com base em teorias ou só por ter ouvido falar, mas por experiência própria de ex-concurseiro aprovado em oito concursos públicos, embora reprovado no primeiro que fiz. E como eu sofria! E quanto doía ter de estudar sempre que eu dispunha de alguma folga ou quando poderia estar dormindo ou simplesmente descansando. Mas me mantive firme e criei uma rotina de operário do estudo, com horários rígidos e intensa vigilância para cumprimento de prazos e metas. Usava material de estudo quase sempre emprestado, porque não tinha dinheiro para comprar livros e apostilas, e pagava com muito sacrifício um cursinho preparatório. Dinheiro para lanche, nem pensar: ou eu pagava as passagens de ônibus ou comprava a comida fora de casa.
Naqueles tempos, eu já percebia que os colegas de sala não eram exatamente inimigos ou concorrentes. Ao contrário, tinha-os na conta de parceiros, colegas, colaboradores, cúmplices de meu projeto de vida, que previa o governo como patrão. Compartilhávamos informações, apontamentos, provas, material de estudo, simulados e tudo mais que considerássemos útil. Quando um de nós pensava em desistir, os outros o desafiavam e lembravam-lhe os benefícios, as vantagens, os direitos, o prestígio e a segurança dos cargos públicos.
Gostávamos, ainda, de estudar em grupo – um dava aula para o outro. E os pais participavam do projeto, fazendo o lanche, fornecendo o material de estudo, orando. Enfim, do jeito que podiam. E como sofriam com a reprovação ou com a TPP – Tensão Pré-Prova – do filho.Certa vez, ouvi de um pai que os erros e as derrotas nos fazem crescer, aprender e melhorar, e, quando temos um sonho, não devemos nunca desistir dele. Temos, pois, de controlar o desespero e a ansiedade. Um candidato desesperado pode ter o raciocínio ou a capacidade de leitura e de interpretação prejudicados exatamente no momento em que mais precisar dessas proficiências – é quando “dá branco”. Estar com as emoções sob controle conta pontos para quem disputa uma vaga, em determinados casos com até três mil candidatos!
Por isso, amigo leitor, acredite em si mesmo, confie em sua capacidade, em seus conhecimentos e em seu destino. O universo não costuma dar crédito para quem não acredita em si próprio. É óbvio que nem todos os inscritos serão aprovados, mas VOCÊ, sim. E sabe por quê? Porque deu o melhor de si e tem segurança e convicção de que uma das vagas previstas no edital é sua.
Lembre-se: o que mais se nota em pessoas bem-sucedidas é que elas venceram a tentação de um dia desistir de seus sonhos.
J. W. Granjeiro é Diretor-Presidente do Gran Cursos; coordenador do Movimento pela Moralização dos Concursos - MMC. www.professorgranjeiro.com. Twitter: @jwgranjeiroSiga o JC Concursos no Google News