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Custo de R$ 50 mi: entenda por que o governo decidiu manter provas do CNU

Temporais que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram ao menos 31 mortos, segundo a Defesa Civil. Governador gaúcho solicitou que os exames do Concurso Nacional Unificado sejam adiados

Concurso Nacional Unificado: vista panorâmica da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF)
Concurso Nacional Unificado: vista panorâmica da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF) - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Samuel Peressin

Samuel Peressin

samuel@jcconcursos.com.br

Publicado em 03/05/2024, às 13h21 - Atualizado às 13h46

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O adiamento das provas do Concurso Nacional Unificado (CNU), marcadas para domingo (5), custaria ao governo R$ 50 milhões, afirmou nesta sexta-feira (3) o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta.

O pedido para adiar os exames foi feito pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). As fortes chuvas que atingem o estado já deixaram ao menos 31 mortos e afetaram 235 cidades, segundo a Defesa Civil.

As provas ocorrerão simultaneamente em 228 cidades espalhadas por todo o Brasil, com 75.730 salas de aplicação, em 3.665 prédios (veja como consultar os locais de exames). No Rio Grande do Sul, dez municípios receberão os testes:

  • Bagé;
  • Caxias do Sul;
  • Farroupilha;
  • Passo Fundo;
  • Pelotas;
  • Porto Alegre;
  • Santa Cruz do Sul;
  • Santa Maria;
  • Santo Ângelo;
  • Uruguaiana.

Em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Pimenta revelou que, após uma primeira negativa, a possibilidade de adiamento voltará a ser discutida pelo governo em nova reunião ainda nesta sexta-feira.

"A princípio, a ideia de suspender o concurso só para o Rio Grande do Sul, do ponto de vista jurídico, é muito questionável. Portanto, a hipótese que existiria é a suspensão total do concurso. A não ser que haja alguma decisão judicial nesse sentido", disse.

O ministro explicou que, das dez cidades onde haverá aplicação no Rio Grande do Sul, nem todas foram afetadas. No total, dos 2,1 milhões de candidatos em todo o Brasil, 86 mil estão no RS. 

"Temos cerca de 21 mil inscritos no Rio Grande do Sul que estão fora de cidades onde vai acontecer o concurso. Destas 21 mil pessoas, cerca de 6 mil estão em cidades em situação de emergência ou sem acesso às cidades onde ocorrerão a prova", detalhou.

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De acordo com ele, o fato de não haver um banco de perguntas específico para o Concurso Nacional Unificado, como acontece com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), torna a possibilidade de adiamento ainda mais difícil.

"As provas já estão nas cidades. Diferentemente do Enem, que tem um banco de perguntas e que prevê a possibilidade de fazer uma espécie de segunda chamada, esse é um outro formato. Você não tem banco de perguntas. Não temos uma solução pronta.”

📝 Regras e orientações para as provas

Os exames ocorrerão em dois turnos: pela manhã, os portões serão abertos às 7h30 e fechados às 8h30 (horário de Brasília). As provas têm início previsto para as 9h, com duração de 2h30.

Durante o período da tarde, as avaliações começarão às 14h30. O acesso aos prédios estará liberado entre 13h e 14h. Os participantes terão, no máximo, 3h30 para finalizar os testes.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), pasta que encabeça o certame, recomenda que os concorrentes cheguem com antecedência de uma hora para o início dos testes, munidos de caneta de tinta preta fabricada em material transparente.

Por motivos de segurança, os candidatos não poderão, sob pena de eliminação, levar os cadernos de exames, nem fazer anotações no Cartão de Confirmação de Inscrição. A decisão foi tomada para coibir fraudes, segundo o governo federal. 

Será proibido o uso de itens como chapéu, boné, gorro, protetores auriculares e óculos escuros. Objetos pessoais, como celulares, fones de ouvido e relógios, deverão ser guardados nos envelopes porta-objetos (fornecidos pelos fiscais de sala).

Para acessar os locais de provas, os candidatos deverão apresentar documento de identidade original com foto (versões digitais também serão aceitas). Apesar de não ser obrigatório, imprimir e levar o Cartão de Confirmação de Inscrição é indicado pelo MGI.

Ao fim dos exames, a partir das 20h, os cadernos de prova poderão ser consultados na página oficial do concurso no site do MGI. Já a imagem do cartão-resposta será disponibilizada individualmente a partir de 3 de junho, também pela internet.

De acordo com o cronograma, a divulgação dos gabaritos preliminares está prevista para terça-feira (7) — a partir dessa data, os participantes terão até o dia seguinte (8) para interpor recursos.

Além das provas escritas, para algumas carreiras, a seleção envolverá etapas como análise de títulos (com envio dos documentos comprobatórios entre 29 de junho e 1º de julho) e curso de formação (em datas a serem oportunamente informadas).

A publicação das notas da primeira fase ocorrerá em 21 de junho, enquanto os resultados finais serão anunciados em 30 de julho. Os aprovados começarão a ser chamados a partir de 5 de agosto.

Recorde

O certame registrou 2.144.435 candidatos, tornando-se o novo recordista entre os concursos com maior número de concorrentes na história. Até então, o Banco do Brasil liderava o ranking, com 1.645.975 de inscritos para concurso realizado em 2021.

A seleção preencherá 6.640 vagas distribuídas entre 21 órgãos federais. Estão em disputa 5.948 postos para cargos de nível superior e 692 para funções com exigência de ensino médio. Os salários variam de R$ 3.741,84 a R$ 22.921,71.

+ 🌎 Veja a lista de todos os concursos abertos no Brasil

O governo federal trata o Concurso Nacional Unificado como um modelo inovador para admissão de servidores públicos, já que os participantes têm a possibilidade de concorrer a mais de um cargo em diferentes órgãos.

Para isso, o processo seletivo está dividido entre blocos temáticos, que agrupam órgãos e carreiras de aptidões similares. Pagando uma única taxa de inscrição, os candidatos puderam escolher uma entre oito áreas onde desejam trabalhar:

  • infraestrutura, exatas e engenharias (727 vagas);
  • tecnologia, dados e informação (597 vagas);
  • ambiental, agrário e biológicas (530 vagas);
  • trabalho e saúde do servidor (971 vagas);
  • educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos (1.016 vagas);
  • setores econômicos e regulação (359 vagas);
  • gestão governamental e administração pública (1.748 vagas);
  • nível intermediário (692 vagas).

No momento da inscrição, além de optar por um dos blocos temáticos, os candidatos elencaram a ordem de preferência entre as oportunidades disponíveis dentro da respectiva área escolhida.

Instituído por meio de decreto divulgado em 29 de setembro do ano passado, no Diário Oficial da União, o certame é inspirado no modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por essa razão, tem sido chamado de "Enem dos Concursos".

Número de inscritos por bloco temático

  • infraestrutura, exatas e engenharia (121.838);
  • tecnologia, dados e informação (77.943);
  • ambiental, agrário e biológicas (102.922);
  • trabalho e saúde do servidor (336.284);
  • educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos (300.766);
  • setores econômicos e regulação (74.283);
  • gestão governamental e administração pública (429.370);
  • nível intermediário (701.029).

Quais são os órgãos participantes?

Voluntária, a adesão dos órgãos ao Concurso Nacional Unificado pôde ser feita até outubro do ano passado. No total, 21 instituições estão participando da seleção. São elas:

  • Advocacia-Geral da União (AGU) — 400 vagas;
  • Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) — 40 vagas;
  • Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) — 35 vagas;
  • Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) — 30 vagas;
  • Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) — 502 vagas;
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — 895 vagas;
  • Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) — 742 vagas;
  • Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) — 50 vagas;
  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) — 520 vagas;
  • Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) — 296 vagas;
  • Ministério da Cultura (MinC) — 50 vagas;
  • Ministério da Educação (MEC) — 70 vagas;
  • Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) — 1.480 vagas;
  • Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) — 130 vagas;
  • Ministério da Saúde — 220 vagas;
  • Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDCI) — 110 vagas;
  • Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) — 60 vagas;
  • Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) — 900 vagas;
  • Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) — 40 vagas;
  • Ministério dos Povos Indígenas (MPI) — 30 vagas;
  • Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) — 40 vagas.

Há vagas para arquiteto, administrador, analista técnico-administrativo, técnico de laboratório, engenheiro, contador, médico, entre outras diversas carreiras (veja a relação completa aqui). Em relação às cotas, os editais reservam:

  • 20% das vagas para pessoas negras;
  • 5% das vagas para pessoas com deficiência;
  • 30% das vagas para indígenas no quadro de servidores da Funai.

Municípios de aplicação das provas

  • Acre: Cruzeiro do Sul e Rio Branco.

  • Alagoas: Arapiraca e Maceió.

  • Amazonas: Coari, Itacoatiara, Lábrea, Manaus, Manicoré, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Tefé.

  • Amapá: Laranjal do Jari, Macapá e Oiapoque.

  • Bahia: Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Camaçari, Eunápolis, Feira de Santana, Guanambi, Ilhéus, Irecê, Itaberaba, Jacobina, Jequié, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Ribeira do Pombal, Salvador, Teixeira de Freitas e Vitoria da Conquista.

  • Ceará: Caucaia, Crateús, Fortaleza, Iguatu, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Quixadá e Sobral.

  • Distrito Federal: Brasília.

  • Espírito Santo: Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.

  • Goiás: Aparecida de Goiânia, Catalão, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itumbiara, Mineiros, Porangatu, Rio Verde, Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto, Planaltina e Valparaíso de Goiás.

  • Maranhão: Bacabal, Balsas, Caxias, Chapadinha, Imperatriz, Pinheiro, Presidente Dutra, Santa Inês e São Luís.

  • Minas Gerais: Almenara, Araçuaí, Araxá, Belo Horizonte, Betim, Contagem, Curvelo, Diamantina, Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga, Itajubá, Ituiutaba, Janaúba, Januária, Juiz de Fora, Lavras, Montes Claros, Muriaé, Paracatu, Passos, Patos de Minas, Pirapora, Teófilo Otoni, Uberaba e Uberlândia.

  • Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas.

  • Mato Grosso: Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Rondonópolis, Sinop, Tangara da Serra e Várzea Grande.

  • Pará: Altamira, Ananindeua, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Itaituba, Marabá, Monte Alegre, Oriximiná, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Santana do Araguaia, Santarém, São Félix do Xingu e Tucuruí.

  • Paraíba: Campina Grande, João Pessoa, Patos e Sousa.

  • Pernambuco: Caruaru, Garanhuns, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Petrolina, Recife e Serra Talhada.

  • Piauí: Bom Jesus, Corrente, Floriano, Parnaíba, Picos, São Raimundo Nonato e Teresina.

  • Paraná: Cascavel, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Maringá, Paranaguá, Ponta Grossa, São José dos Pinhais e Umuarama.

  • Rio de Janeiro: Belford Roxo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Volta Redonda.

  • Rio Grande do Norte: Caicó, Mossoró, Natal e Parnamirim.

  • Rondônia: Ariquemes, Ji Paraná, Porto Velho e Vilhena.

  • Roraima: Boa Vista e Rorainópolis.

  • Rio Grande do Sul: Bagé, Caxias do Sul, Farroupilha, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.

  • Santa Catarina: Blumenau, Caçador, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Joinville, Lages e São José.

  • São Paulo: Araçatuba, Bauru, Caçapava, Campinas, Guarulhos, Hortolândia, Itapeva, Jacareí, Marilia, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Paulínia, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taboão da Serra, Valinhos e Vinhedo.

  • Sergipe: Aracaju e Itabaiana.

  • Tocantins: Araguaína, Gurupi e Palmas.

📄 Baixe os editais do Concurso Nacional Unificado

📅 Veja as principais datas do cronograma

  • Publicação dos editais: 10 de janeiro

  • Inscrições: de 19 de janeiro a 9 de fevereiro

  • Solicitação de isenção da taxa de inscrição: de 19 a 26 de janeiro

  • Divulgação dos locais de provas: 25 de abril

  • Aplicação das provas: 5 de maio

  • Divulgação dos gabaritos preliminares: 7 de maio

  • Prazo para interposição de recursos contra os gabaritos: de 7 a 8 de maio

  • Divulgação das notas finais e preliminares, respectivamente, das provas objetiva e discursiva: 21 de junho

  • Envio dos documentos relativos à análise de títulos: de 29 de junho a 1º de julho

  • Divulgação dos resultados finais: 30 de julho

  • Início da convocação para posse e cursos de formação: 5 de agosto

+++ O JC Concursos disponibiliza mais detalhes sobre o processo seletivo, como atribuições e conteúdo programático, na página do Concurso Nacional Unificado

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+ Resumo do Concurso Nacional Unificado 2024

Governo Federal
Vagas: 6640
Taxa de inscrição: De R$ 60,00 Até R$ 90,00
Cargos: Médico, Contador, Engenheiro
Áreas de Atuação: Administrativa, Saúde
Escolaridade: Ensino Médio, Ensino Superior
Faixa de salário: De R$ 3741,84 Até R$ 22921,71
Organizadora: Fundação Cesgranrio
Estados com Vagas: AC, AL, AP, AM, BA, CE, DF, ES, GO‍, MA, MT, MS, MG, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, RR, SC, SP, SE, TO

+ Agenda do Concurso

19/01/2024 Abertura das inscrições Adicionar no Google Agenda
09/02/2024 Encerramento das inscrições Adicionar no Google Agenda
18/08/2024 Prova Adicionar no Google Agenda
11/02/2025 Divulgação do Resultado Adicionar no Google Agenda
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