De acordo com levantamento anual, divulgado nesta sexta-feira (30), maiores necessidades de pessoal são para as áreas de educação, saúde e segurança pública
Fernando Cezar Alves | fernando@jcconcursos.com.br
Publicado em 30/04/2021, às 08h08 - Atualizado às 14h35
De acordo com levantamento anual divulgado nesta sexta-feira, 30 de abril, o governo do estado de São Paulo conta com nada menos do que 351.602 vagas em aberto para preencher por meio de concursos públicos, somente considerando os órgãos do poder Executivo estadual. O estudo apresenta um aumento na defasagem de pessoal no estado de 33.757 postos, considerando os últimos dois anos, desde antes da suspensão da realização de novos concursos decretada pelo governador João Doria (PSDB), em decorrência da crise de saúde ocasionada pela Covid 19.
No último levantamento, feito antes da pandemia, divulgado em abril de 2019, a carência de servidores no poder Executivo estadual era de 317.845 servidores. Vale ressaltar que o número divulgado nesta sexta tem como base os levantamentos feitos pelos respectivos órgãos somente até o dia 31 de dezembro de 2020. Desta forma, os quantitativos tendem a ser ainda maiores atualmente, considerando eventuais aposentadorias, falecimentos e exonerações nos quatro primeiros meses do ano e a impossibilidade de novas nomeações de aprovados em concursos no mesmo período.
Como normalmente ocorre, as maiores necessidades de servidores são para as consideradas áreas essenciais como saúde, educação e segurança pública. Somente para a área de educação, o governo do estado precisa contratar nada menos do que 191.360 funcionários para completar o quadro necessário de pessoal. Na área de segurança pública, a necessidade é de 42.013 funcionários públicos, enquanto que na área de saúde, a defasagem funcional é de 71.882 contratações.
Como normalmente ocorre, a área de educação é a que conta com maior necessidade de contratação de servidores. Somente para a própria Secretaria Estadual de Educação, o governo de São Paulo conta com uma defasagem de nada menos do que 157.483 funcionários públicos. A maior necessidade de pessoal é para a carreira de professor de educação básica II - PEB II com um total de 92.643 vagas em aberto. A segunda carreira com maior defasagem funcional é a de professor de educação básica I, com 45.910 vagas em aberto. Para o cargo de agente de organização escolar, a pasta precisa preencher 16.528 postos para completar seu quadro ideal.
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Além da Secretaria Estadual de Educação, outro órgão que conta com grande defasagem de funcionários é a Universidade de São Paulo (USP), com um total de 16.857 vagas em aberto. Em seguida, o levantamento também aponta grande necessidade funcional no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps), com 12.242 vagas não preenchidas.
Outros órgãos com necessidade de pessoal na área de educação são a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 3.851 vagas em aberto, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, com 617, e a Faculdade de Medicina de Marília, com 300.
A segunda área prioritária do estado com maior necessidade de servidores é a de Saúde que, de acordo com o levantamento funcional divulgado nesta sexta-feira, conta com um total de 71.882 vagas de servidores não preenchidas.
Somente a própria Secretaria Estadual de Saúde, sem um grande concurso autorizado há dez anos, desde 2011, conta com uma carência de pessoal de 60.423 funcionários. Somente para técnicos de enfermagem, a pasta conta com uma defasagem funcional de 17.197 profissionais. A segunda maior carência de profissionais é para o cargo de auxiliar de saúde, com 11.256 postos em aberto, seguido de médico I, com 10.181 postos não preenchidos. Outros cargos com grandes necessidades de contratações são as de enfermeiro (2441 vagas em aberto), oficial administrativo (1.804), motorista de ambulância (1.464), oficial de saúde (4.247) , agente técnico de assistência à saúde (3.286) e agente de saúde (1.517).
Outros órgãos com grande carência de pessoal na área de saúde são o Instituto de Assistência ao Servidor Público do Estado de São Paulo (Iamspe), com necessidade de 1.650 servidores, a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), com 1.279, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (2.619), Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (1.581), Hospital das Clínicas de Botucatu (627) e Hospital das Clínicas de Marília, com 3.703.
Embora a área de segurança pública seja a que mais tenha contado com investimentos do governo, no sentido de contratação de servidores, via concurso público, ainda conta com grande defasagem funcional, com um total de 42.013 vagas em aberto.
Neste caso, a maior necessidade de pessoal é para a própria Secretaria Estadual de Segurança Pública, com 16.574 vagas não preenchidas. Dentro deste total estão incluídas as vagas da Polícia Civil, que conta com um concurso já autorizado para 2.939 vagas. A maior necessidade é para o cargo de oficial administrativo, com 5.701 vagas em aberto. A segunda maior defasagem é para o cargo de investigador de polícia, com 3.674 vagas em aberto, seguido do cargo de escrivão de polícia, com 3.036. Para delegado, o levantamento aponta 810 vagas em aberto.764 para agentes de telecomunicação, 391 para auxiliar de papiloscopista e 206 para papilocopistas, considerando as classes iniciais.
Para a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM SP), que já conta com 5.400 vagas autorizadas para soldados,com um concursos em andamento para 2.700, a necessidade de pessoal é de 12.138, sendo 8.590 para soldados.
Além disso, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SAP SP) conta com uma defasagem de 13.262 profissionais e a Caixa Beneficente da PM SP, com 39 vagas em aberto.
Além destas áreas, diversos outros órgãos com grande interesse para ingresso no funcionalismo público contam com grande necessidade de pessoal. Um deles é a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz SP). A pasta conta com uma necessidade de 2.780 servidores. Somente para o cargo de técnico da fazenda estadual, com concurso aguardando aval do governador, a necessidade é de 1.268 servidores. De um quadro de 2.122 técnicos, apenas 854 postos estão preenchidos. A segunda maior necessidade é para o cargo de agente fiscal de rendas, um dos mais almejados do funcionalismo estadual. Neste caso, a necessidade é de 805 profissionais. De 3500 postos no quadro total, apenas 2.695 estão preenchidos.
Outro órgão com defasagem é a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), com defasagem de 6.038 servidores. A maior necessidade é para o cargo de agente de saneamento ambiental, com 1.553 vagas em aberto, seguida de técnico de gestão, com 1.593, e técnico em sistemas de saneamento, com 646.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô de São Paulo) apresenta uma defasagem de 2.186 funcionários. A maior necessidade é para o cargo de operador de transporte metroviário, com 803 vagas em aberto, seguido de analista de desenvolvimento e gestão, com 222 e oficial de manutenção industrial, com 210. Para agente de segurança são 93 vagas em aberto.
Já a Companhia Paulsta de Trens Metropolitanos (CPTM) apresenta defasagem de 1.474 servidores, sendo as maiores necessidades para agente de serviços de operação (257), agente de segurança (185), operador de circulação (186), técnico de manutenção, projetos e obras (140), oficial de manutenção elétrica (128) e auxiliar administrativo, com 106.
Alguns outros órgãos com carência de pessoal são o Departamento de Estradas e Rodagens (DER), com 4.358 vagas em aberto; o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), com 839; a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE), com 566; a Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE SP), com 235 e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP SP), com 1.218 vagas em aberto, sendo 434 para a área de promotoria e 784 para servidores, com ênfase para os cargos de auxiliar de promotoria I (249) e oficial de promotoria I (263).
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