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Recenseador tem ganho financeiro e profissional

Órgão reajustou em 80% a remuneração do recenseador em relação ao oferecido na contagem da população em 2007.

Redação
Publicado em 26/02/2010, às 15h16

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está com inscrições abertas para o concurso de 191.972 vagas temporárias de recenseador para o Censo Demográfico 2010. Os candidatos devem ser maiores de 18 anos e ter concluído o nível fundamental.  Em entrevista ao JC&E, o coordenador operacional em São Paulo do Censo Demográfico 2010, Aparecido Soares da Cunha, 50, revelou que é possível obter ganho médio de R$ 1 mil/ mês a partir de uma jornada de 25h semanais.

No ato de inscrição, o candidato deverá escolher em qual região deverá atuar. O órgão recomenda que seja realizada uma jornada mínima de 25h semanais. O aprovado poderá fazer seu próprio horário, podendo optar, inclusive, por visitas à noite ou aos fins-de-semana.  Além de obter dados fundamentais sobre a população, o recenseador coletará dados para atualização mapográfica, registrando alterações de ruas.

De porta em porta – A remuneração do recenseador é calculada em razão da produção, das unidades visitadas, por questionários preenchidos e pelo número de pessoas recenseadas. “O valor médio é de R$ 1.000 por setor visitado com, aproximadamente, entre 250 e 300 domicílios. Há previsão de ajuda de custo apenas para local de difícil acesso na zona rural”, explicou Cunha.

O entrevistador terá dois tipos de questionário: um básico e outro completo, chamado de amostra. De acordo com Cunha, em uma família com três pessoas, o questionário básico terá remuneração entre R$ 4 e R$ 5, enquanto a amostra terá valor em torno de R$ 10. O profissional que concluir sua meta poderá trabalhar em outro setor e multiplicar seus rendimentos.  “As possibilidades de ganho são muito grandes porque houve aumento de cerca de 80% nos valores em relação ao oferecido na contagem de população em 2007”, destacou Cunha.

São características desejadas pelo IBGE a disponibilidade de horário do candidato, gostar de lidar com o público e ter noções de informática. “A pessoa precisa passar confiança e tem que ter um comportamento educado, vestindo-se de maneira adequada, com boné e colete do censo. Ela vai usar um computador de mão, então ter noção de informática é um facilitador, mas não é fundamental porque há o treinamento”, avaliou Cunha.

O treinamento é presencial e está previsto para o período de 19 a 24 de julho, em período integral. Para não perder candidatos, o órgão estuda, segundo Cunha, criar turmas especiais em alguns turnos, como manhã/ noite ou tarde/ noite, apenas para casos excepcionais. Porém, a prova ao final do treinamento será realizada em uma única ocasião, em todo país.

O principal desafio do recenseador, para Cunha, é ter jogo de cintura para cumprir a visitação: “Atualmente uma das maiores dificuldades é encontrar as pessoas nos domicílios, por isso a necessidade de horários diferenciados de abordagem. As pessoas não estão mais permanentemente em casa, muitas trabalham, ou moram sozinhas. Nesses casos o recenseador precisará voltar em outro horário ou no final de semana para conseguir fazer a entrevista”.

$$$ - Participar da seleção para recenseador do IBGE pode render dividendos no curto e no longo prazo para quem investir nessa experiência. “Para alguém que esteja desempregado e que tenha nível fundamental completo, a renda média de R$ 1.000 por mês é muito boa, dentro do contexto dos salários no Brasil. O processo seletivo também é interessante para o profissional autônomo que enfrenta uma baixa sazonal e pode aproveitar seu tempo livre para exercer esse trabalho”, analisou Juliana Almeida Dutra, 35, diretora da empresa DEEP (Desenvolvimento e Envolvimento Estratégico de Pessoas e Clientes).

Quer ganhar quanto? A renda média de R$ 1.000 (mês) pode subir de acordo com a produtividade do candidato. Para ultrapassar essa meta, o concurseiro deve apresentar interesse, organização, disposição e pró-atividade. Ao encontrar uma casa fechada, por exemplo, qual a melhor solução?

“O recenseador pode perguntar a um vizinho qual o horário que o morador costuma voltar e criar uma agenda de retorno. Alguém que é pró-ativo deixa um bilhete comunicando o horário em que deve voltar. Pessoas que buscam um diferencial criam maneiras e alternativas para um resultado melhor”, observou Juliana.

Outra sugestão da especialista é que o recenseador cronometre o tempo necessário para fazer a pesquisa e assim organize seu dia a dia. Juliana ainda recomenda que o recenseador esteja preparado para atender a todas às dúvidas da população, para isso ele deve aproveitar ao máximo o treinamento e se informar sobre o IBGE e o Censo 2010 pela internet e pela imprensa: “o profissional passará mais confiança às pessoas se souber responder corretamente suas possíveis dúvidas sobre a pesquisa, seu setor e a importância do Censo como base de dados estratégicos para o governo e para as empresas que querem investir em nosso país”.

No longo prazo, a experiência como recenseador ainda pode turbinar o currículo. O principal diferencial destes profissionais, segundo Juliana, será o conhecimento da realidade brasileira. “Há pouca gente no mercado com essa percepção do país. Pra ter uma noção do mercado não é preciso ter pós-graduação, e sim visualizar oportunidades. Uma pessoa empreendedora poderá descobrir nichos de mercado”, disse Juliana.

A especialista recomenda atenção ao incluir a experiência no currículo: “O profissional deve destacar que teve a oportunidade de conhecer a realidade e a população brasileira. Esse contato direto com as pessoas é muito interessante porque hoje as empresas não têm mais tempo de ir pro campo, justamente a bagagem que esse profissional trará”.

Perfil dos candidatos - Eurípedes Antonio da Silva Junior, 20, cursa superior em Ciências Contábeis e trabalha como estagiário. Junior foi aprovado no concurso do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) para técnico de contabilidade, e enquanto aguarda a convocação presta outros concursos. Ele decidiu participar da seleção para o Censo 2010 em Brasília (DF) porque tem disponibilidade de horário durante as manhãs e finais de semana. Seu objetivo principal é usar a remuneração para pagar dívidas. Ele acredita que a experiência será útil na sua vida profissional: “Na minha carreira de contador ser recenseador vai me ajudar na relação com os clientes, na forma correta de entrevistar alguém”, explicou.

Fabrício de Sousa Santos, 29, é motorista executivo e tem o nível médio completo. Para ele, que também pretende concorrer às oportunidades oferecidas em Brasília (DF), este processo seletivo “é uma oportunidade para aumento de renda e experiência de trabalho, principalmente por desenvolver a habilidade de oferecer um bom atendimento ao público”. Ele tem se preparado estudando o conteúdo programático, mas ainda não sabe como irá conciliar a rotina de recenseador com o trabalho atual. Seu estímulo desde já é a oferta de receber por produção. Preocupações? Só quanto à maneira de otimizar a visitação para evitar falhas causadas pela ausência de moradores, e, por se tratar de um trabalho externo, quanto à melhor forma de proteger-se do sol.  

Danielle Priscila de Almeida da Cruz Gonçalves, 27, é turismóloga com pós-graduação em docência do ensino superior. Está desempregada e vem prestando concursos para diversas áreas, tendo sido aprovada como assistente de aluno do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca) do Rio de Janeiro. O sonho de Danielle, porém, é ser aprovada em um concurso da área jurídica e ela pretende com o dinheiro ganho como recenseadora custear sua preparação para concursos melhores. Para passar, ela tem estudado cerca de quatro horas por dia por meio de apostilas e provas anteriores. “Com certeza será uma experiência positiva! Só pelo fato de passar, já surte um efeito psicológico fantástico para próximos concursos e trabalhar numa instituição como o IBGE amplia os horizontes profissionais de qualquer pessoa”, disse à reportagem.

Aline Viana

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