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Investigador: cargo exige princípios éticos

Está aberto o concurso da Polícia Civil de São Paulo que conta com 887 vagas de investigador.

Redação
Publicado em 14/08/2009, às 14h53

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Manter a ordem pública, a segurança pessoal, a propriedade e a proteção dos direitos individuais são algumas das tarefas inerentes às Polícias Civis, órgãos subordinados aos governos dos estados e do Distrito Federal e dirigidos por delegados de polícia. São uma das bases da polícia judiciária do país, responsável, entre outras atribuições, por punir agentes infratores da lei, e contam com o trabalho de diversos profissionais para exercer suas funções. Entre eles, está o cargo de investigador de Polícia, que abriu as inscrições para preencher 877 vagas.

O concurso deve atrair muitos candidatos em busca da carreira policial e estabilidades profissional e financeira. No entanto, além do conhecimento teórico das disciplinas, é importante, também, que os candidatos conheçam algumas das tarefas que são desempenhadas diariamente pelo investigador de Polícia. Para isso, o Jornal dos Concursos e Empregos entrevistou o ex-investigador Hilkias de Oliveira, que, durante muito tempo, exerceu a profissão.  

Carreira - Apesar de ser aposentado como delegado de Polícia, Hilkias de Oliveira – atual presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo, a Afpcesp – exerceu, por mais de 20 anos, a carreira de investigador. Ele diz que o trabalho desse profissional começa quando são iniciadas as investigações para que a autoria de uma infração penal seja descoberta, ou seja, assim que um crime é cometido, a Polícia Civil instaura um inquérito policial para apurar quem foi o responsável por tal ato e o investigador de Polícia será o responsável por buscar e investigar provas e indícios que levaram um membro da sociedade à prática daquela infração. “Esse investigador de Polícia tem um papel muito importante dentro do inquérito policial e uma das mais belas atividades dentro da Polícia Civil. Ele passa a investigar esses indícios e provas subjetivas e objetivas para esclarecer a autoria daquele crime e todas as pessoas relacionadas a ele, àquele fato”, explica.

Segundo Oliveira, este é um trabalho bastante minucioso e de grande responsabilidade. “Ele [o investigador] passa a ser um garimpeiro de provas e traz provas importantes para a investigação policial e esclarecimento da infração penal”.

E, para cumprir com suas obrigações, Oliveira traça algumas características pessoais essenciais para aqueles que desejam exercer a carreira. “O investigador de Polícia tem que ter algumas qualidades pessoais, que são exigidas no concurso para ingresso. Não pode ser qualquer pessoa da sociedade. Tem que ser os melhores”, afirma. Para ele, é fundamental que o candidato tenha uma boa formação, bons princípios éticos, religião, cultura e raciocínio lógico. “Ele tem que ter uma formação que facilite aquele trabalho investigatório”, ressalta.

Para exemplificar a importância dessas características, Oliveira fala de uma das experiências que vivenciou quando trabalhava nessa função. Ele diz que, certa vez, para investigar quadrilhas especializadas em furtos de automóveis, teve que se infiltrar entre os bandidos para identificar os autores do crime. “Nós, com habilidade, promovemos a infiltração pessoal em uma quadrilha, devagar, nos identificamos como marginais e descobrimos membros de quadrilhas que praticavam esse crime. Em uma delas, desbaratamos uma quadrilha em Santos, na qual havia mais de 20 pessoas envolvidas e um criminoso internacional especializado em furto de automóvel e também pessoas de alto gabarito. Todos foram presos e identificados”.

Em relação às dificuldades que podem ser enfrentadas durante o exercício da profissão, Oliveira explica que a carreira policial já é difícil pela própria natureza de investigar um crime pelo fato de que “todo marginal que pratica um crime, pratica com a intenção de não ser descoberto, porque sabe que a sociedade tem um contexto de proteção que é feito pelo Poder Judiciário, pelo  Legislativo, através das leis e do Executivo, que tenta manter a ordem social”. 

Outro ponto importante abordado pelo ex-investigador foi em relação à questão da corrupção na esfera policial. Segundo Oliveira, é importante que aquele que ingressa em qualquer uma das carreiras policiais preze, sempre, pela dignidade. Porém, ele explica, que, junto com a consciência individual, o Estado deve valorizar esse profissional para que as práticas de corrupção sejam inibidas. “A população tem que entender que a corrupção está na ação do crime organizado, que procura, dentro do seu papel, romper a dignidade da polícia no combate ao crime. Por outro lado, os governadores devem fazer investimentos na segurança pública, principalmente no homem policial, que é o sujeito daquela ação dos tentáculos do crime organizado, dando a ele condições para que possa não aceitar qualquer proposta relativa à venda da dignidade da instituição”.

Juliana Pronunciati/SP

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