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Receita de um campeão

O paulistano Mark Cristhian Matern, de apenas 21 anos, passou em primeiro lugar no curso de Engenharia da Poli.

Redação
Publicado em 25/11/2010, às 13h05

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Ele é um campeão e tem apenas 21 anos. Mal acreditou quando foi aprovado em primeiro lugar na FUVEST 2010 para o curso de Engenharia da Escola Politécnica da USP, a disputada Poli.


A rotina de preparação de Mark Cristhian Matern foi bastante dura e repleta de privações. Para se ter uma ideia, ele estudava cerca de 85 horas por semana e, até hoje, não possui aparelho de TV em casa. Mas o paulistano, que frequentou escola pública e fez três anos de cursinho, garante que valeu a pena.

No bate-papo a seguir, Matern revela o segredo de seu sucesso e dá dicas a quem quer ser aprovado no mais disputado vestibular do país.


JC&E -
Como e quando você se decidiu pelo curso da Poli? Por qual área da Engenharia você optou?


Mark Cristhian Matern -
Eu sempre ouvi professores e alunos falando muito bem da Poli, que o mercado de trabalho é muito receptivo com os alunos da escola, por isso decidi prestar. Eu me matriculei em engenharia da computação.


JC&E -
A imprensa vem noticiando ultimamente que a área de Engenharia sofrerá um “apagão” em breve, já que a necessidade de investimentos em infraestrutura em setores como a construção civil, energia, gás e petróleo - devido ao aquecimento da economia - tornou aguda a demanda por Engenheiros experientes. Mas o número de profissionais da área formados anualmente não é suficiente para suprir a necessidade gerada por esses setores. Como você encara esta situação? Ela contribuiu para a escolha do seu curso?


MCM -
 É sempre bom ter o mercado a seu favor. A demanda por engenheiros qualificados é alta e isso acaba incentivando vestibulandos como eu. Mas esse fator não foi determinante para minha escolha. Eu sempre quis ser engenheiro e acho que se o mercado estivesse saturado eu ainda teria optado por essa área do conhecimento! A preferência do mercado pelo bom aluno de uma instituição pública de qualidade é uma das vantagens de se estudar na Poli.


JC&E - Esta é a primeira vez que você prestou vestibular? Neste mesmo ano, você também foi aprovado em outras instituições?


MCM -
 Não. Eu me preparei por três anos para prestar outro vestibular: o vestibular do ITA. A minha aprovação na Poli foi uma consequência do meu estudo voltado para esse outro vestibular, também um dos mais concorridos do país. Eu já havia sido aprovado na Poli no ano anterior, ficando em terceiro lugar. Mas foi nesse ano que decidi fazer a matrícula e aproveitar as vantagens de ser um aluno politécnico.


JC&E -
Como você recebeu a notícia de que tinha alcançado o primeiro lugar na Poli? Ficou surpreso?


MCM -
 Eu fiquei muito feliz. Foi uma recompensa pelo esforço e tempo dedicados ao estudo. No dia em que foi publicada a lista dos aprovados eu já estava ansioso em saber se tinha sido aprovado ou não. Quando descobri que além de ser aprovado fiquei em primeiro lugar - de um total de 2606 vestibulandos – foi muito emocionante.  


JC&E -
O curso, por enquanto, vem superando suas expectativas? É o que você esperava? Quais os seus diferenciais?


MCM -
 O primeiro ano na Poli é chamado de ciclo básico. Todos os alunos têm as mesmas aulas, não havendo diferenciação entre alunos de computação e de produção, por exemplo. Temos aulas de cálculo, álgebra linear, química e física. Os professores são em geral muito bons, são especialistas em suas respectivas áreas de atuação. As provas são bimestrais e costumam ser bem complexas, de modo que só um bom aluno fica com uma média total acima de 8,0.


JC&E -
Descreva detalhadamente como era sua rotina de estudos para o vestibular.


MCM -
 Todo o meu horário de estudos foi montado de acordo com as aulas do cursinho. As aulas eram à tarde, então eu acordava umas 6h e me preparava para começar a estudar às 7h. Como as aulas começam às 13h, meio dia eu parava para almoçar e depois ir para o cursinho. Após o término das aulas - por volta das 20h -, eu jantava e estudava mais duas horas. Aos finais de semana eu procurava estudar sete horas por dia. Com essa rotina eu conseguia estudar, sem contar o tempo que eu passava no curso, 50 horas por semana.


JC&E -
O que foi primordial para sua aprovação?


MCM -
 Acho que foi meu esforço em estudar as matérias com as quais eu tenho menos facilidade de assimilar. História, geografia e biologia, principalmente. Como eu sempre gostei de exatas, minha dificuldade sempre esteve no aprendizado dessas matérias. Estudando um pouco mais de história, por exemplo, eu passei de dois acertos na prova da FUVEST de alguns anos anteriores, para oito acertos nesse ano – a prova contém 10 questões de história.


JC&E -
Você acha possível ser aprovado em um vestibular tão concorrido como este sem ter passado por um cursinho? No seu caso, foi decisivo ter frequentado um? Por quanto tempo você se preparou?


MCM -
 Eu acho extremamente possível. Tenho muitos amigos que fizeram a mesma escola pública que eu fiz e passaram direto do 3º ano para a USP sem fazer cursinho. Depende muito de como foi sua postura no decorrer do Ensino Médio. No meu caso, só comecei a estudar seriamente depois que entrei no cursinho. Eu me preparei durante três anos. No meu primeiro ano de cursinho passei em aeronáutica na USP São Carlos; no segundo, passei em terceiro lugar na Poli e, nesse ano, passei em primeiro lugar na Poli. Para mim o cursinho não foi apenas um lugar de aprendizado, mas de amadurecimento em relação a disciplina e à postura durante os estudos.


JC&E -
Você indica alguma atividade em especial para os vestibulandos realizarem em suas horas vagas? O que você fazia em seu tempo livre?


MCM -
 Meu tempo livre nunca foi abundante enquanto estava no cursinho, mas no meu cronograma eu reservava algumas horas para descansar sim. Como eu não tinha televisão – e ainda não tenho – passava o tempo tocando piano, acessando a internet ou assistindo a algum filme no cinema ou no computador com minha namorada.


JC&E -
Você indica algum método especial para resolução das provas da FUVEST? Quais conselhos você poderia dar a quem busca ter sucesso neste vestibular?


MCM -
 Eu  costumo dizer que o desempenho do aluno num vestibular concorrido como o da FUVEST é proporcional ao seu esforço e dedicação. É impossível ir bem sem estudar bastante. Além disso, é muito importante que o vestibulando entenda como a prova de vestibular que ele vai prestar é estruturada, de modo a saber com antecedência quais os assuntos que mais caem, quanto tempo por questão você tem disponível, qual o horário de fechamento dos portões, qual a nota de corte do curso desejado e quais serão as provas de segunda fase que o aluno terá de fazer, por exemplo.


Boa parte do meu preparo para a prova da FUVEST se baseou em resolver provas antigas desse vestibular. Com isso, além de saber quais eram as minhas deficiências, percebia assuntos recorrentes nas provas, assuntos os quais eu começava a me empenhar mais para aprender. Quanto à lista de livros de leitura obrigatória eu me saí bem tendo apenas lido resumos focados em vestibulares e assistindo às aulas, embora eu recomende que o aluno leia as obras integralmente.


É importante que o aluno tenha uma boa noite de sono e se alimente bem antes de fazer uma prova longa e que exige muita concentração como a da FUVEST. O nervosismo pré-vestibular é normal, mas ele deve ficar do lado de fora do portão do local de prova.


Ler os enunciados com atenção, reservar um tempo para o preenchimento do cartão de resposta e ter cuidado para não cometer erros bobos são as preocupações que o aluno deve ter no momento da prova e não se ele vai passar ou não. A aprovação é construída questão por questão. O corpo e a mente devem estar descansados e preparados para enfrentar cinco horas de prova.


Boa prova aos vestibulandos! Espero encontrá-los na USP no ano que vem!

Cristiane Navarro Vaz/SP


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