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Inovação compartilhada

Artigo do professor Edison Andrades

Edison Andrades
Publicado em 11/01/2016, às 10h28

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As empresas enfim entenderam que, em pleno século XXI, as pessoas são o bem mais precioso. Mas não devemos imaginar que tal descoberta tenha cunho emocional ou romântico, não podemos esquecer que ainda vivemos num mundo onde o capital é o grande objetivo. O fato é que as empresas descobriram: “um gera o outro”. As pessoas geram o capital, e não o contrário.

Sim, já houve o tempo em que as máquinas e a tecnologia foram as “bolas da vez”. Alguns podem pensar e se questionar: mas sempre foram as pessoas que tocaram a economia, não? Não. Obviamente, tudo que temos exige a regência de um ser humano, já que o que nos diferencia das outras espécies é justamente nossa capacidade de realizar por consciência, e não por instinto. Mas o homem, no mercado de trabalho, nunca foi tão reconhecido ou valorizado, quando falamos da classe trabalhadora comum.

Tivemos algumas eras que, somadas, foram construindo a razão da existência das coisas. Na Era Agrícola, por exemplo, as terras eram o mais importante. O camponês (como se chamava o trabalhador) era apenas um braçal tarefeiro, que obedecia às ordens do senhor (dono das terras), uma relação escravagista, ainda que velada. Após um pequeno avanço (se é que podemos chamar de avanço), chegamos à tão famosa Era Industrial. Nesse momento, as máquinas foram consideradas as grandes responsáveis pelos avanços econômicos, e o camponês se transformou em operário (apenas uma mudança de nomenclatura). Foi na Era Industrial que a expressão “mão de obra” se consolidou, já que, literalmente, ela evidenciava que era a mão o que mais importava.

Eis que chegamos à onda tecnológica, por alguns, conhecida como a Era da Informação. A máquina voltou a ser algo importante, pois nela é que se armazenam as informações. Tudo foi se informatizando, inclusive as pessoas.  A ideia de mão de obra também voltou. E a mão tornou-se importante, mas não inteira, já que, para digitadores, são necessários apenas os dedos.

Ao contrário do que muitos pensam, a inovação consiste não em inventar novas coisas, mas em tornar novo o que já existe, ou seja, deixar melhor aquilo que já conhecemos. Mas, para tanto, precisamos de gente, pois só o ser humano pode fazer isto. O mundo corporativo vem adquirindo essa consciência, grandes empresas já estão inovando há algum tempo! O fato é que vejo, instaurando-se, uma nova onda decorrente da inovação: a “Inovação Compartilhada”, que consiste em tornar novo o que já existe, liberando “a fórmula” para o mundo. Hoje, todos estamos no palco, ou pelo menos podemos estar. Nada mais é de um, pois as pérolas estão em rede. Não existem segredos para as grandes ideias. A multidão passa a ter o poder de se ajudar. São redes de relacionamentos afetivos, profissionais, segmentados, concentrados etc. Todos numa mesma “vibe” (ou vibração). O ser humano em rede não se restringe a apenas ser “mão”, e busca presença, ainda que virtual. Isso está gerando poder, um poder também coletivo e que ganha muita força no mundo corporativo.

Em última instância, venho salientar que as empresas precisam se preparar para esse novo público, mas nós, os trabalhadores, também precisaremos nos adaptar às empresas que já entenderam a nova onda. Toda era sempre possuiu os que apenas executavam, mas parece que a nova Era da Inovação pretende alterar também essa premissa. Desculpe, mas muito em breve não haverá mais espaço para aqueles que podem oferecer apenas “mão de obra”. E você, em que vibe está?

Prof. Edison Andrades é escritor, palestrante e sócio da Reciclare Treinamento. www.facebook.com/professor.edison.andrades

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