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Quando um não quer, dois não fazem

Artigo do professor Edison Andrades

Edison Andrades
Publicado em 16/01/2015, às 13h34

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“Suas atitudes gritam tão alto aos meus ouvidos, que não consigo ouvir o som de suas palavras”. Essa frase não é minha e, por uma questão ética, devo dizer que o autor é desconhecido.

Para muitas pessoas, a ética nas organizações resume-se única e exclusivamente à forma como a própria organização se comporta perante as adversidades. Se a empresa sonega impostos, mas paga “direitinho” seus empregados, pode-se considerá-la como meio ética.

De um lado, temos a empresa, de outro, os colaboradores. É no centro dessa relação que deve estar a ética; ela deve permear as atitudes de todos que compõem a empresa e não somente de partes dela.

O fato é que muitos sucumbem às más condutas alheias, traindo seus próprios valores. Vou explicar melhor: uma empresa é constituída por determinados elementos, dentre estes, estão as pessoas que a compõem. É assim que a organização toma forma humana, ou seja, adquire cultura, estilo, metas, metodologias e um corpo de conhecimentos que serão fortalecidos à medida que se estabelece uma coordenação sistemática e coerente com sua atuação. Portanto a empresa deve ser vista como uma espécie de pessoa, jurídica, mas pessoa; é assim que ela ganha uma alma. Tudo que se conceber naquele lugar afetará positiva ou negativamente a todos. Afinal, trata-se de um só corpo.

Percebo que muitos trabalhadores não sabem lidar com a bipolaridade que rege suas vidas: polo pessoal e polo profissional. Ora seguem normas familiares extremamente íntegras, ora as desrespeitam totalmente dentro da empresa. Toda vez que alguém se refere às irregularidades cometidas pela empresa da qual faz parte há, quase como um impulso, o argumento: “Eu apenas trabalho lá!”.

Caros amigos, não há separação entre o pessoal e o profissional quando o assunto é ética. Ou você é parte integrante do todo, ou não. Não existe meio termo. Se a empresa em que você trabalha realiza ações que contrariam seus conceitos e valores, você deve abandonar essa empresa. Alguns preferem abandonar seus valores!

Sempre há opções. Uma pessoa é livre para fazer suas escolhas, portanto, quando escolhemos estar ali, fazemos parte daquela organização. Conheci um varejista que me dizia: “Se não der um “jeitinho”, a conta não fecha”. Perguntei então: “Por que não muda de ramo e, com isso, resgata sua ética?”. “Prefiro deixar assim” – respondeu. Não havia mais o que resgatar!

Quando uma organização contrata alguém que trilha pelo mundo dos “jeitinhos” e rebate: “Desde que não prejudique a imagem da empresa...”, está criando ao seu redor uma cultura de comportamentos errôneos e, consequentemente, impedindo qualquer plano de ação idôneo.

Um gomo de uma laranja é laranja. Um único empregado é a própria empresa.

Prof. Edison Andrades é escritor, palestrante e sócio da Reciclare Treinamento. www.facebook.com/professor.edison.andrades

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