Metaverso foi uma das palavras mais comentadas do ano passado, especialmente depois que o Facebook anunciou o investimento estrondoso nesta tecnologia
Douglas Terenciano | douglas@jcconcursos.com.br
Publicado em 07/01/2022, às 09h56 - Atualizado às 10h07
Metaverso foi uma das palavras mais comentadas do ano passado, especialmente depois que o Facebook anunciou o investimento estrondoso nesta tecnologia. Inclusive, o fato ocasionou a mudança do nome da empresa para META. É claro que o assunto é novo e muita coisa ainda precisa ser explorada e compreendida, mas podemos ter pistas do que virá por aí.
Tatiany Melecchi, mestre em Marketing e CEO Fundadora da Consultoria Transforma People & Performance, falou sobre o impacto do Metaverso no mundo do trabalho e na área de Aprendizagem Corporativa. Entre os temas, a especialista cita as inquietações sobre como essa tecnologia irá impactar o mundo do trabalho? Como revolucionará a área de treinamento e desenvolvimento? E quais são as empresas que já estão liderando projetos de aprendizagem com foco nesta tecnologia?
Mas, antes de tentar responder estas perguntas e compartilhar as pesquisas e insights, Tatiany explica o que é esse tal de Metaverso. “Metaverso é uma junção do prefixo ‘meta’ (que significa além) e ‘verso’ (universo). O termo é normalmente usado para descrever uma espécie de mundo alternativo digital. Um mundo onde os usuários poderão criar seus próprios avatares, que serão suas representações nesse ambiente digital e, por meio deles, poderão aprender, comprar, trabalhar, socializar e se conectar com colegas de trabalho, amigos e familiares. Ou seja, essa tecnologia replica o que fazemos no mundo real, só que de forma 100% digital”.
De acordo com Melecchi, vaga de emprego no Metaverso já é uma realidade. Inclusive, a Cult já publicou as novas profissões que já estão surgindo e irão ganhar espaço com o Metaverso.
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Aproveitamos para bater um pado com Tatiany Melecchi sobre as novidades do Metaverso e seu impacto no mundo do trabalho e na área de Aprendizagem Corporativa. Confira!
JC Concursos - E qual o impacto do Metaverso para o mundo do trabalho?
Tatiany Melecchi - Faço um convite para você usar a sua imaginação. Feche os olhos e visualize-se usando um óculos de realidade virtual. Com seu próprio avatar, você começa a interagir com todo o ambiente corporativo da sua empresa: anda pelo corredores, cruza com os colegas quando vai tomar água, tirar dúvidas e trocar ideias nos corredores, pausa para um cafezinho ou conversa com outros colegas no almoço, tudo isso de forma virtual. Ou imagine outro cenário: você está na sua casa, usando seu óculos de realidade virtual e participando de feiras, eventos ou entrevistas de emprego dentro do Metaverso, onde praticamente todo o processo seletivo acaba acontecendo via realidade aumentada.
A Samsung e a Hyundai são bons exemplos de companhias que mesmo antes do lançamento do Facebook e todo o buzz do assunto, já se valiam da estratégia de adotar realidade aumentada nos processos de recrutamento e seleção de novos profissionais.
JC Concursos - E aí, qual o seu sentimento?
Tatiany Melecchi - Você pode estar sentindo um certo fascínio, curiosidade e vontade de vivenciar tudo isso logo, ou quem sabe sentindo algum tipo de insegurança sobre o futuro do seu trabalho e da sua profissão. Todos esses sentimentos e outros são completamente normais e esperados, pois o Metaverso propõe mudanças significativas e pode representar ameaças às nossas necessidades básicas como segurança, estabilidade e pertencimento.
Por outro lado, os especialistas comentam que essa tecnologia visa recriar o ambiente presencial no digital e proporcionar uma experiência de maior proximidade relacional, na qual o trabalho virtual será menos solitário e com relacionamentos mais espontâneos e naturais.
JC Concursos - Como o Metaverso irá impactar a aprendizagem corporativa?
Tatiany Melecchi - Durante a pandemia vimos muitas empresas criarem seus estúdios para gravação de minivídeos, lives e afins. Atualmente, já temos algumas empresas criando espaços de aprendizagem imersivos, nos quais os participantes e instrutores interagem uns com os outros com os seus avatares, navegando em simuladores de desempenho hiper-realistas por meio de headsets de realidade virtual, telefones, iPads e PCs com RV (realidade virtual), onde eles aprendem uns com os outros em simulações práticas.
As farmacêuticas Pfizer, Novartis e Bristol Myers Squibb são algumas das empresas que estão usando essa tecnologia para praticar habilidades essenciais, voltadas a salvar vidas em laboratórios de realidade virtual seguros.
Além disso, os profissionais da área comercial terão a possibilidade de percorrer o universo digital e aprender sobre seus produtos, fazer simulações de controle de objeção, interagir com os clientes, treinar abordagens, compartilhar os benefícios dos produtos, apresentar soluções e recursos adicionais sem custos de deslocamento e de forma realista.
O uso crescente destas tecnologias vai exigir muita adaptação e resiliência dos profissionais e das empresas, além de demandar uma série de novos conhecimentos, habilidades, condutas e dinâmicas sociais nos próximos anos. E nós profissionais de T&D temos de estar na vanguarda desta nova maneira de aprender, trabalhar e interagir.
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