O salário mínimo poderá subir para R$ 1.630 em 2026, segundo proposta do governo enviada ao Congresso. Veja impacto do reajuste e projeções até 2029
O salário mínimo no Brasil poderá subir para R$ 1.630 a partir de janeiro de 2026, conforme prevê o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional nesta terça-feira (15). O valor representa um aumento nominal de 7,37% em relação ao atual piso nacional, que está em R$ 1.518.
A proposta segue a fórmula de reajuste adotada em 2023, que combina a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) com o crescimento real do PIB de dois anos antes. No entanto, o novo arcabouço fiscal limita esse crescimento a até 2,5% acima da inflação, criando um teto para evitar que os gastos públicos saiam do controle.
Segundo o PLDO, o reajuste de 2026 considera uma inflação projetada de 4,76% para os 12 meses encerrados em novembro de 2025, somada ao teto de 2,5% de crescimento real, totalizando os 7,37% propostos.
Além do valor previsto para 2026, o governo também divulgou estimativas preliminares para os próximos anos, sujeitas a revisão nas próximas LDOs:
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Esses valores ainda dependem do comportamento futuro da inflação e do desempenho da economia.
Mesmo parecendo modesto, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo impacta em cerca de R$ 400 milhões o Orçamento da União, de acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento. Isso ocorre porque diversos benefícios sociais e trabalhistas — como aposentadorias do INSS, seguro-desemprego, abono salarial e o BPC (Benefício de Prestação Continuada) — são corrigidos com base no salário mínimo.
Somente na Previdência Social, o impacto projetado com o aumento é de R$ 115,3 bilhões em despesas, enquanto a arrecadação cresce em R$ 71,2 bilhões.
A política de reajuste do salário mínimo voltou a incluir o crescimento do PIB na fórmula a partir de 2023, retomando o modelo adotado entre 2006 e 2019. Inicialmente, isso permitiria um aumento real de 3,4% em 2024. No entanto, com a vigência do novo arcabouço fiscal, o crescimento foi limitado a 2,5%, como forma de manter as contas públicas sob controle.
A nova proposta reafirma o desafio de equilibrar a valorização do salário mínimo com a responsabilidade fiscal, principalmente em um cenário de pressões por mais investimentos sociais e contenção de gastos públicos.
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