Descubra como os modelos de trabalho híbrido, remoto e presencial evoluíram nos últimos anos e qual a tendência para 2025, segundo o Relatório de Tendências da Empregabilidade 2025 da Gupy
Nos últimos cinco anos, o mercado de trabalho vivenciou uma grande transformação em seus modelos, com a ascensão dos trabalhos remoto e híbrido, que pouco a pouco se consolidaram como alternativas viáveis ao modelo tradicional presencial.
O Relatório de Tendências da Empregabilidade 2025 da Gupy, em parceria com a LCA Consultoria Econômica, traça um panorama detalhado dessas mudanças entre 2019 e 2024, revelando um crescimento expressivo do trabalho remoto, que atingiu seu auge em 2022, seguido por uma desaceleração e posterior estabilização desde o final de 2023. Até junho de 2024, o cenário de ofertas de vagas era de 7% híbridas, 5% remotas (4,9% contratações) e 87,2% presenciais.
Para Guilherme Dias, CMO da Gupy, o modelo híbrido pode ser considerado uma estrela em ascensão, despontando como a grande tendência para 2025, enquanto o trabalho remoto enfrenta uma estabilização.
“Equilibrando a flexibilidade desejada pelos colaboradores e a necessidade de interação presencial para promover cultura organizacional e inovação, o formato híbrido tem ganhado cada vez mais espaço. Em abril de 2024, o número de vagas e contratações híbridas atingiu seu pico, consolidando o modelo como preferido por muitas empresas”, pontua.
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O trabalho remoto apresentou um crescimento substancial até o primeiro trimestre de 2022, quando atingiu seu ápice. A pandemia acelerou a adoção desse modelo, mas, a partir de 2022, muitas empresas começaram a retornar ao regime presencial, impactando diretamente a quantidade de vagas remotas ofertadas. Ainda assim, permanece acima dos níveis pré-pandemia, com dados de agosto de 2024 mostrando que a proporção de vagas publicadas para trabalho remoto foi 1,4% maior do que a média de 2019. As contratações seguiram a mesma tendência, com um crescimento de 1,9% em relação ao período pré-pandêmico.
Apesar desse crescimento, os números indicam uma desaceleração, com uma estabilização desde o último trimestre de 2023. A tendência é corroborada por outros indicadores econômicos, como o aumento do uso de transporte coletivo e a criação de vagas em setores ligados a edifícios comerciais, que voltaram a crescer com o retorno ao presencial.
O trabalho presencial, apesar das mudanças trazidas pela pandemia, mantém-se como o formato predominante em setores que dependem de infraestrutura física e colaboração direta, como a indústria e a agricultura. Dados da Gupy mostram que, em janeiro de 2024, foram publicadas 113 mil vagas presenciais, um aumento significativo em comparação ao mesmo período de 2023. As contratações também cresceram expressivamente, com um salto de 55,4 mil em abril de 2023 para 87,1 mil no mesmo mês de 2024.
De acordo com os dados da Gupy, no primeiro trimestre analisado (junho/2022 a setembro/2022), o modelo presencial dominava com 86% das contratações, enquanto o híbrido representava apenas 1% e o remoto 13%. Um ano mais tarde, de julho/2023 a setembro/2023, o híbrido já havia crescido para 5% — pode parecer um crescimento sutil, mas representa um aumento de cinco vezes em apenas um ano, evidenciando a rápida adoção do formato. No mesmo período, o remoto se manteve estável em 12%, e o presencial caiu levemente para 83%.
No último trimestre observado, de abril/2024 a junho/2024, os dados evidenciaram que o crescimento do modelo híbrido foi ainda mais expressivo, representando 11% na média das contratações. O remoto, por sua vez, manteve certa estabilidade, também com 11%, e o presencial voltou a cair, marcando 78%.
Para Guilherme Dias, CMO da Gupy, "os números mostram que o trabalho híbrido oferece o melhor dos dois mundos, com flexibilidade para os colaboradores e interação presencial para promover inovação e cultura. Embora o trabalho remoto esteja estabilizado, o modelo híbrido se consolida como a principal tendência para o próximo ano, enquanto o presencial permanece forte em setores-chave”, afirma.
De acordo com o executivo, a expectativa para 2025 é que o presencial siga predominando em áreas que exigem interação direta, mas mesmo essas começarão a adotar mais flexibilidade para funções específicas, refletindo a nova realidade do mercado de trabalho global.
“Com a tendência de flexibilidade em alta, empresas que souberem equilibrar os diferentes modelos de trabalho estarão melhor preparadas para atrair e reter talentos, além de otimizar seus custos e melhorar a eficiência de suas operações”, conclui.
O estudo foi realizado entre julho de 2023 e julho de 2024, com empresas de diferentes portes, sendo que 8,4 de cada 10 empregos gerados nesse período foram criados por empresas de grande porte. No entanto, as organizações de médio e pequeno porte, embora responsáveis por uma menor parcela de novas vagas (1,3 e 0,3 de cada 10 empregos, respectivamente), seguem adotando práticas seletivas para encontrar talentos que atendam às exigências do mercado.
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