PEC 6x1: fim da escala pode melhorar sua qualidade de vida, diz especialista

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com as jornadas de trabalho 6x1 já alcançou o número necessário de assinaturas para ser protocolada na Câmara dos Deputados. Conhecida como PEC 6x1, a medida propõe uma escala de quatro dias de trabalho seguidos por três de folga, mantendo os salários nos níveis atuais.

Carlos Manoel Rodrigues, professor de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), destaca que a escala 6x1 limita o tempo de descanso dos trabalhadores, prejudicando a recuperação física e mental necessária para enfrentar as demandas diárias. 

"Isso leva a um desgaste acumulado que pode culminar em problemas como ansiedade e depressão", explica Rodrigues. Ele defende que a escala 4x3 pode trazer mais benefícios para a saúde mental dos trabalhadores, permitindo mais tempo para descanso e atividades que promovam o equilíbrio emocional, como convívio familiar e hobbies.

Além dos benefícios para a saúde mental, Rodrigues aponta que a mudança pode reduzir a incidência de acidentes de trabalho, frequentemente causados pelo cansaço e falta de atenção. 

"A fadiga compromete habilidades essenciais no ambiente de trabalho, como a concentração e a tomada de decisões, aumentando o risco de erros e acidentes graves", afirma.

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Mais descanso, melhor produtividade

O especialista do CEUB também acredita que a escala 4x3 pode melhorar a produtividade a longo prazo. Trabalhadores que conseguem equilibrar trabalho e vida pessoal tendem a ser mais eficientes e menos suscetíveis a erros. "Um trabalhador descansado é mais produtivo e traz benefícios tanto para si quanto para a organização", ressalta Rodrigues.

Os impactos positivos da PEC 6x1 não se limitam aos trabalhadores. A proposta pode trazer benefícios para a sociedade como um todo, reduzindo a sobrecarga no sistema de saúde pública e previdência, além de melhorar a mobilidade urbana e a sustentabilidade. 

"A PEC 6x1 pode representar uma mudança estrutural no mercado de trabalho brasileiro, promovendo uma jornada mais equilibrada e sustentável, com reflexos positivos na saúde mental dos trabalhadores e no desenvolvimento socioeconômico do país", conclui Rodrigues.

Para o professor, a proposta reflete uma tendência global de modelos de trabalho mais humanizados, já implementados com sucesso em países como Islândia e Nova Zelândia, onde foram observadas melhorias na qualidade de vida e aumento na produtividade. "É uma oportunidade de alinhar o Brasil a essa nova realidade", finaliza.

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Jornalista especializado em produção de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com experiência em redação e edição de texto.

Formação em Ciências Sociais pela FFLCH-USP e graduado em jornalismo pela FAM, com cursos livres nas áreas de políticas públicas, economia e finanças.

Começou como estagiário no JC Concursos, mas também acumula experiências como redator na agência de comunicação Neto Angel. Além já atuou como editor na Serasa, Eu Quero Investir e Torcedores.com.