Brasileiros estão deixando de pagar os empréstimos mais caros. O salário mínimo ideal de acordo com a Dieese seria de R$ 6 mil
É inegável que os atuais salários não estão conseguindo acompanhar o aumento dos preços em diversos setores, como alimentação e gasolina. E ainda segundo dados do Banco Central (BC), os brasileiros estão gastando um terço de seus salários com dívidas. Apenas em novembro do ano passado, 28,2% da renda das famílias ficaram comprometidas, sendo o valor mais alto desde 2005.
Os endividamentos são causados por diversos fatores, como faturas no cartão de crédito, empréstimos, hipotecas de casas, comprometendo cerca de 49,5% dos salários dos trabalhadores. Em julho, esse número subiu para 50,1%.
Cerca de 44,7% das famílias e profissionais brasileiros estão deixando de pagar os empréstimos mais caros. Sendo o maior número desde 2011. Já a inadimplência do cheque-especial chegou a 13,4%, o maior número desde 2020.
O salário mínimo de 2023 teve um reajuste de um pouco mais de 7%, passando a valer R$ 1.302,00 desde o dia 1º de janeiro. Porém, não está nem perto do que seria o ideal para os brasileiros.
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Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria valer R$ 6.298,91. O valor considera os custos para poder manter necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, como educação, transporte, lazer e alimentação. Para chegarem a esse número, a Dieese coletou dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), realizada todos os meses desde 1994.
Ainda conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 90% dos brasileiros recebem um salário inferior a R$ 3,5 mil por mês e 70% recebem ao equivalente a dois salários mínimos. Outro fator é que em agosto de 2022, o salário médio de contratação no país foi de apenas R$ 1.949,84, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Isso mostra que grande parte da população brasileira se encaixa nas classes econômicas C e D.
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