Por que sobram vagas de TI no Brasil?

É sempre possível ver novas oportunidades e vagas disponíveis para a área de Tecnologia da Informação (TI), mas apesar do grande número, as vagas sobram por falta de mão de obra qualificada. 

De acordo com o CEO da Alphacode, Rafael Franco, isso acontece porque não existe um incentivo da parte do governo, educação ou porque as pessoas acreditam que para atuar no TI, precisam saber matemática. “O mercado de programação hoje, no Brasil, é um lugar em que se tem um volume muito grande de oportunidades em aberto e um número muito pequeno de candidatos. O cenário não está mudando, porque não existe incentivo nem por parte do governo nem por parte da mídia para que as pessoas estudem a área de exatas. Tem um número muito maior este ano de pessoas entrando para áreas de humanas. Esse incentivo deveria acontecer desde o ensino fundamental, mas não acontece”, comenta.

Ainda segundo Rafael, o fator cultural pesa bastante, já que não se é colocado a área de TI como uma carreira desejada e promissora, como acontece com medicina.

A falta de acesso

Porém não é apenas a falta de incentivo e divulgação da carreira, a falta de acessibilidade a um computador impede que jovens também se interessem nessa carreira promissora. A falta de informações faz com que jovens nem cheguem a considerar o TI como uma carreira a ser escolhida durante o vestibular, mesmo que seja uma profissão que ofereça excelentes salários. 

A Índia, por outro lado, soube incentivar e investir tão bem na área de tecnologia, que o atual CEO da Microsoft indiano. 

Existem oportunidades em todas as linguagens de programação, mas a que possui a maior demanda no mercado atualmente é o Java Script. Isso acontece porque essa linguagem em específico pode ser utilizada em diversas áreas, como aplicativos, jogos e até mesmo no Metaverso. 

TI e a matemática

Mesmo que a área de TI busque por profissionais organizados, com capacidade de concentração e raciocínio lógico, não significa que use matemática ou que envolva matemática. “Isso não está atrelado a conhecimentos de matemática. Essa é uma grande confusão que é feita de maneira geral: as pessoas pensarem que para trabalhar com programação você precisa ser um gênio da matemática. E não tem nada disso. Na verdade, você precisa ter pensamento lógico”, comenta o CEO da Alphacode.

Outro ponto destacado por Rafael, é que necessariamente não é preciso ter graduação na área, cursos livres e técnicos são o suficiente para adentrar no mercado.

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Jornalista graduada pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Atualmente trabalha como repórter na editoria de Empregos na equipe de redação do JC Concursos. Possui experiência como redatora na Agência Re9 e como Social Midia.