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Semana de 4 dias começa a ser testada em empresas brasileiras; veja como funciona

A semana de 4 dias de trabalho, já implementada em países como Islândia e Nova Zelândia, começa a ser testada no Brasil, prometendo mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional sem perda de produtividade

Semana de 4 dias começa a ser testada em empresas brasileiras; veja como funciona
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Victor Meira

Victor Meira

victor@jcconcursos.com.br

Publicado em 11/09/2024, às 16h28

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A discussão sobre a semana de 4 dias de trabalho, sem redução salarial e com três dias de folga, já vem ganhando destaque internacional e agora está sendo experimentada no Brasil. 

Empresas de estados como São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais começaram a testar esse modelo, que visa equilibrar a qualidade de vida dos colaboradores com a produtividade das empresas. Esse formato já é uma realidade em países como Islândia, Nova Zelândia e Portugal, e o Brasil se torna pioneiro na América do Sul ao adotar a iniciativa.

O projeto segue a metodologia 100-80-100, ou seja, os colaboradores recebem 100% do salário, trabalham 80% do tempo e mantêm 100% da produtividade. Liderada pela ONG 4 Day Week Global, em parceria com a consultoria Reconnect Happiness at Work e a FGV-EAESP, a iniciativa busca enfrentar problemas contemporâneos como o burnout, a dificuldade de reter talentos e o crescente desejo por um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.

A preparação e os desafios da implementação

Segundo Juliana Saboia, sócia da Palco Inteligência de Mercado e especialista em negócios, a adoção desse novo modelo de trabalho não é apenas uma questão de reduzir a jornada. 

"É necessário otimizar os processos internos das empresas, focando no que realmente agrega valor e eliminando atividades desnecessárias", explica Juliana. Ela reforça que o período de adaptação pode levar de três a seis meses, e envolve mudanças na organização e sensibilização das equipes para a nova dinâmica de trabalho.

Além da reestruturação interna, Mariana da Rosa, também sócia da Palco Inteligência de Mercado, destaca a importância estratégica da semana de 4 dias. 

"Em um mundo pós-pandemia, a busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional se tornou essencial. Esse modelo permite que as empresas se adaptem às demandas atuais do mercado de trabalho, repensando a cultura organizacional e, muitas vezes, abandonando conceitos ultrapassados de produtividade", salienta Mariana.

Resultados promissores e barreiras culturais

Os resultados preliminares das empresas brasileiras que já adotaram a semana de 4 dias são animadores. Dados iniciais apontam um aumento de 60% no engajamento dos funcionários, além de melhorias na saúde mental, com 78% dos colaboradores relatando menos estresse e mais felicidade. Além disso, 57% das empresas que testaram o modelo notaram avanços na produtividade e na execução de projetos.

No entanto, a transição para esse novo formato enfrenta algumas barreiras culturais no Brasil. A ideia de que a produtividade está diretamente relacionada ao número de horas trabalhadas ainda está enraizada na cultura corporativa do país, herança dos tempos da Revolução Industrial. 

"É preciso mudar a mentalidade de que mais horas no escritório significam mais trabalho feito", comenta Juliana Saboia. Ela reforça que a chave para o sucesso do modelo está em como o tempo é utilizado, e não em quantas horas os funcionários permanecem no ambiente de trabalho.

Mariana da Rosa também chama atenção para a necessidade de mudanças profundas na cultura organizacional brasileira. 

"Muitos gestores ainda acreditam que menos tempo no escritório é sinônimo de menor comprometimento, mas os dados mostram que, quando bem implementada, a semana de 4 dias pode aumentar o engajamento e melhorar os resultados", destaca.

O futuro da semana de 4 dias no Brasil

À medida que mais empresas brasileiras adotam esse modelo de trabalho, a expectativa é de que a semana de 4 dias se torne uma tendência no mercado nacional, especialmente entre companhias que buscam atrair as gerações millennials e Gen Z, que priorizam o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. 

"Muitos profissionais jovens já não veem o modelo de 5 dias de trabalho como sustentável e enxergam a semana de 4 dias como o futuro do mercado", afirma Juliana.

Com a crescente adesão, a previsão é que o Brasil continue expandindo essa prática, ajustando-se às exigências de um mundo de trabalho cada vez mais dinâmico e focado no bem-estar dos colaboradores. 

Se bem implementada, a semana de 4 dias pode se consolidar como um novo padrão, beneficiando tanto empresas quanto trabalhadores.

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