Vagas de emprego no setor de jogos digitais cresce em 2022; saiba como entrar neste mercado

O mercado de trabalho em 2022 está aquecido com uma das menores taxas de desemprego dos últimos seis anos. Um dos setores responsáveis por este boom é o de jogos digitais. 

Segundo a 1ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games, realizada em 2022 pela Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais), em parceria com a ApexBrasil (Associação Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), nos últimos quatro anos o número de estúdios de desenvolvimento de games subiu de 375 para 1.009, o que representa um aumento de 169% no período.

O setor de jogos digitais movimenta bilhões de dólares na economia mundial. De acordo com a Newzoo, a indústria global de games movimentou US$ 175,8 bilhões no ano passado e somente a de jogos mobile faturou US$ 100 bilhões no período - é um setor que ainda cresce a passos largos. 

Diante deste crescimento expressivo, o JC Concursos conversou com Carmelo Queiroz, Head of People da Fanatee, para entender como é o mercado de trabalho na indústria dos jogos digitais. 

Queiroz já começa com a seguinte provocação para os leitores: o universo gamer não tem nada de glamuroso e exige profissionais colaborativos, sem medo de desafios e abertos para novos conhecimentos.

O primeiro desafio para entrar na área, segundo Carmelo, é a pouca oferta de cursos profissionalizantes, tecnólogos e até bacharel focados para o desenvolvimento de jogos digitais. Com isso, grande parte dos profissionais são de origem de outras áreas, como Negócios, Tecnologia, Economia, entre outras.

Assim, é difícil, em muitos casos, “casar” as habilidades técnicas do mundo dos games com o perfil profissional dos trabalhadores. 

Apesar disso, o sócio-diretor Fanatee destaca que a empresa dele tem bastante vagas abertas, porém é necessário ter um esforço extra na contratação de seus profissionais. 

"Nós procuramos mostrar uma visão não idealizada do mundo dos jogos mobile para quem faz entrevista com a gente. Queremos contratar talentos, mas antes de tudo, queremos as pessoas certas, que querem trilhar um excelente ciclo, ficando o tempo necessário para aprender e construir algo relevante", explica. 

Como se preparar para entrar neste mercado?

Carmelo Queiroz cita cinco pontos fundamentais para quem deseja entrar neste mercado de trabalho, com o desenvolvimento de jogos mobile. 

A primeira dica é entender os seus próprios objetivos e se questionar sobre alguns pontos. 

"O que você quer para sua vida profissional? Quais desafios você quer superar? Quer explorar novos mercados? O que você quer aprender de novo? Onde você quer estar daqui a cinco ou dez anos? Isso vai ser um passo importante para te ajudar profissionalmente a longo prazo ou é uma decisão de curto prazo?", descreve Carmelo.

O segundo ponto é a aposta do profissional na empresa. E novamente, se fazer perguntas difíceis. "Você aposta no crescimento da empresa no futuro? Se você fosse um investidor, você investiria na Fanatee? Você acredita que esse investimento se valorizaria? Seguindo esse mesmo contexto, o candidato deve refletir, pois está 'apostando' a sua carreira em uma empresa", ressalta.

O terceiro aspecto diz respeito às pessoas com quem irá trabalhar e o papel delas para o crescimento profissional. "É importante saber com quem você irá trabalhar e se são pessoas que têm valores similares, se vão te provocar a ser melhor. O caminho confortável raramente será o mais adequado. O ideal é se habituar a estar confortavelmente desconfortável. Este será o caminho que te ajudará a crescer", aponta Carmelo.

Já o quarto ponto envolve compreender a sua atuação na empresa. "O que eu vou fazer na empresa? O problema que existe ali vai me desafiar? Vou conseguir contribuir para construir o sonho de crescer junto com a empresa?", questiona o head da Fanatee.

E a última recomendação é entender se o profissional quer buscar conhecimento para se tornar cada vez melhor. Em um mundo de jogos, adaptar-se às evoluções é condição fundamental para fazer bonito nesse mercado.

Jornalista especializado em produção de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com experiência em redação e edição de texto.

Formação em Ciências Sociais pela FFLCH-USP e graduado em jornalismo pela FAM, com cursos livres nas áreas de políticas públicas, economia e finanças.

Começou como estagiário no JC Concursos, mas também acumula experiências como redator na agência de comunicação Neto Angel. Além já atuou como editor na Serasa, Eu Quero Investir e Torcedores.com.