Hospital referência no tratamento de câncer em São Paulo deixa de atender pelo SUS

O Hospital A.C. Camargo anunciou que deixará de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro. A instituição é referência para o tratamento de câncer na cidade de São Paulo. Um dos motivos para o encerramento dos atendimentos é a defasagem na tabela do SUS.

O hospital, mantido pela Fundação Antônio Prudente e prestes a completar 70 anos de existência, disse que “essa readequação do impacto social beneficiará todo o país, sendo a melhor contribuição possível em razão da defasagem da tabela SUS, que ameaça diretamente a existência da instituição”.

Em nota, a instituição ressalta que a grande maioria dos pacientes atendidos no A.C. Camargo já concluiu o tratamento do câncer e está em fase de acompanhamento clínico. “O A.C.Camargo garante a análise individualizada para cada paciente junto à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, construindo um plano de transição que minimize os possíveis impactos”.

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Saúde de São Paulo espera reverter decisão para manter tratamento de câncer no hospital

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo confirmou à Agência Brasil que o hospital havia comunicado a intenção de suspender o convênio a partir de 9 de dezembro. A pasta disse que tem se reunido com a diretoria do hospital para avaliar a possibilidade de continuidade do atendimento a essa população.

Nesse cenário, a secretaria informou que a assistência e tratamento de câncer aos pacientes continuará sendo prestada por outras instituições, como o Hospital Municipal (HM) Dr. Gilson de Cássia Marques Carvalho, a Vila Santa Catarina, além de unidades reguladas pela Central de Regulação de Oferta de Serviços em Saúde (Cross), do governo estadual.

O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que a tabela do sistema público não é a principal nem a única forma de financiamento do SUS. "Em relação aos valores da Tabela SUS, desde a Norma Operacional Básica, regulamentada pela Portaria GM/MS nº 2203/96, definiu que os valores da Tabela SUS seriam referenciais mínimos (piso), podendo ser complementados pelos gestores estaduais e municipais, de acordo as demandas e necessidades de cada território", diz a nota do ministério.

O Ministério da Saúde ressaltou ainda que a gestão e o financiamento do SUS são compartilhados pelos governos federal, estadual e municipal. “Cabe aos gestores locais o planejamento e a organização de sua rede assistencial e a execução das ações e serviços de saúde", acrescentou.

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Jornalista em Multimeios. Repórter responsável por produzir matérias na editoria Sociedade no JC Concursos. Foi trainee de Jornalismo de Saúde do Estadão, estagiário no G1 Petrolina na TV Grande Rio e na Redação Virtual.