Em seminário realizado hoje (19) em comissão da Câmara, secretária de mudança do clima alerta para despreparo para enfrentar mudanças climáticas
Jean Albuquerque Publicado em 19/10/2023, às 19h42
A secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, destacou durante sua participação em um debate na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados que somente 34% dos municípios demonstraram estar adequadamente preparados para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.
A especialista disse que 3.679 municípios brasileiros, 66% de um total de 5.570, não estão preparados para enfrentar as mudanças do clima. Ela esclareceu à Comissão que o governo federal está atualmente empenhado na formulação de planos setoriais voltados para a redução dos impactos do problema e a adaptação a ele.
Em um seminário realizado nesta quinta-feira (19), diversos participantes, incluindo a deputada Socorro Neri (PP-AC), destacaram que muitas autoridades públicas e membros da sociedade ainda não perceberam a "urgência" inerente ao enfrentamento deste desafio.
"É de extrema importância que fóruns como este, com a presença de parlamentares engajados, conduzam essas discussões. Além disso, é crucial a aprovação de medidas para lidar com as necessidades prementes", afirmou Socorro Neri, à Agência Câmara de Notícias, que propôs a realização do debate.
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No que diz respeito às inundações, Ana Toni apresentou dados que revelam que cerca de 4 milhões de pessoas no Brasil foram diretamente afetadas por eventos relacionados às mudanças climáticas no período entre 2013 e 2022. Isso inclui a diminuição das chuvas nas regiões do centro e norte do país, bem como as inundações nas regiões sul e sudeste.
Ela observou que essas mudanças devem resultar na perda de aproximadamente 10,6 milhões de hectares de terras agrícolas até 2030, o que implica na necessidade de realocar muitas culturas.
A diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Patrícia Pinho ressaltou que o Acordo de Paris, estabelecido em 2015, tinha como meta primordial estabilizar o aumento da temperatura global em 1,5 graus Celsius, preferencialmente limitando-o a 2 graus Celsius até o ano 2100, em comparação com a média do período pré-industrial, que abrangeu os anos de 1850 a 1900.
De acordo com ela, quase 40% da população mundial já reside em áreas que, nos últimos dez anos, testemunharam um nível de aquecimento que está conforme a meta aceitável de temperatura estabelecida pelo Acordo de Paris.
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