Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) utilizam da substância da Cannabis para desenvolver medicação para evitar perda da visão
Jean Albuquerque Publicado em 06/03/2023, às 17h09
A cannabis pode ser utilizada para tratamento de doença que leva a cegueira de pacientes. Os pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) utilizam da substância para desenvolver medicação para evitar perda da visão.
O projeto foi criado em 2014 e pesquisadores do Instituto de Biologia da UFF estudam a utilização do endocanabinoide para tratar de casos relacionados a retinose pigmentar — doença hereditária que chega a afetar uma pessoa a cada quatro mil.
A doença tem como primeiro sintoma a dificuldade de enxergar em lugares que são poucos iluminados e, ao longo dos anos, esse paciente pode ter perda total da visão. A pesquisa ainda conta com as parcerias da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O projeto da Universidade tem apresentado resultados promissores. No primeiro momento, os pesquisadores desenvolveram medicamente experimental de maneira injetável.
Até o momento não há cura para a retinose pigmentar, o que faz com que a pesquisa seja muito importante. De acordo com reportagem da TV Brasil, os testes realizados em animais são animadores, já que foi possível reduzir em 50% o avanço da doença.
O estudante de doutorado da UFF, Rafael Azevedo, ouvido pela reportagem da TV Brasil, diz que a indústria farmacêutica não tem interesse em produzir medicamente para a doença por conta do baixo retorno financeiro.
"Então a universidade pública tem um papel muito importante em tentar ajudar esses pacientes, que tem todas essas dificuldades crônicas em trazer novas esperanças de tratamento", disse ele.
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O objetivo na próxima etapa da pesquisa é desenvolver um colírio a base de canabidiol para que possa ser facilitada a sua aplicação e, ainda, conseguir melhores resultados para tratar da patologia.
A coordenadora da pesquisa, Luciana Madeira, também ouvida pela TV Brasil, afirma que o preconceito do uso medicinal de medicamentos a base de maconha atrapalha o desenvolvimento de novos remédios.
"A gente demorou muito tempo para começar a utilizar o canabidiol justamente por conta dessas questões relacionadas a preconceito do uso do que seria derivado de maconha, o derivado da planta do cânhamo para fins medicinais", disse.
*Com informações da TV Brasil
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