Dados sobre inflação surpreende por vir abaixo do esperado após alta da gasolina

Na faixa de Alimentação, os dados de inflação mostram uma queda expressiva nos preços da batata. Por outro lado, a cenoura foi um vilão do bolso

Victor Meira   Publicado em 11/04/2023, às 11h23

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Nesta terça-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a taxa oficial de inflação. Os dados vieram abaixo da expectativa dos economistas com uma taxa de 0,71%, enquanto o mercado esperava 0,77%. Em fevereiro, a inflação foi de 0,84%. Logo, a inflação perdeu força em março.

O dado surpreendeu pela alta acima de 8% da gasolina, que teve a volta da cobrança de imposto a partir do dia 1º de março. 

No ano, a inflação oficial do país acumula alta de 2,09%. Nos últimos 12 meses, o valor acumulado é de 4,65%, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, o IPCA havia sido de 1,62%.

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IPCA de março: fatores de influência por setor

O grupo Transportes foi o destaque no índice de março, sendo responsável pelo maior impacto (0,43 p.p.) e maior variação (2,11%). Em seguida vieram Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%), que desaceleraram em relação a fevereiro, contribuindo com 0,11 p.p. e 0,09 p.p., respectivamente.

Por outro lado, Artigos de residência (-0,27%), que teve alta de 0,11% em fevereiro, foi o único grupo pesquisado a registrar queda este mês. Os demais ficaram entre o 0,05% de Alimentação e bebidas e o 0,50% de Comunicação. 

A gasolina (8,33%), subitem com maior impacto individual no índice de março (0,39 p.p.), teve grande peso na alta verificada em Transportes. O etanol (3,20%) também contribuiu, embora sua reoneração tenha sido menor que a da gasolina (R$ 0,02 por litro, ante R$ 0,47 da gasolina).

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Altas na saúde e habitação

O grupo Saúde e cuidados pessoais, por sua vez, foi impactado principalmente pela alta de 1,20% do plano de saúde, que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023.

No grupo Habitação (0,57%), a maior contribuição (0,09 p.p.) veio da energia elétrica residencial (2,23%). As variações das áreas ficaram entre -0,65% em Belém, onde houve redução de PIS/Cofins e aumento da alíquota de ICMS, até 9,79% em Porto Alegre, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS. 

O mesmo ocorreu em outras áreas, como Belo Horizonte (4,43%), Curitiba (3,88%) e Vitória (2,86%). No Rio de Janeiro (2,57%) foram aplicados reajustes de 7,49% e de 6% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março. 

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Batata cai, cenoura dispara

Em Alimentação e bebidas (0,05%), a queda da alimentação no domicílio, que passou de 0,04% em fevereiro para -0,14% em março, exerceu grande influência. Batata-inglesa (-12,80%) e óleo de soja (-4,01%) tiveram recuos mais intensos na comparação com fevereiro. Cebola (-7,23%), tomate (-4,02%) e carnes (-1,06%) também tiveram redução. 

Por outro lado, cenoura (28,58%) e ovo de galinha (7,64%) foram os destaques dentre as altas. 

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