Polícia Federal (PF) deflagrou operação contra fraudes no Auxílio Emergencial, nesta terça-feira (7); prejuízo a União chega a R$ 50 milhões
Jean Albuquerque Publicado em 07/03/2023, às 16h16
A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) deflagrou operação contra fraudes no Auxílio Emergencial, nesta terça-feira (7). A ação criminosa gera prejuízo de R$ 50 milhões a União. Os crimes eram realizados por um esquema de identificação de CPFs por meio de um programa, desenvolvido por um hacker.
De acordo com publicação do G1, a PF cumpriu hoje, 47 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em 12 estados, mais o Distrito Federal, no qual a organização praticou os crimes. Segundo a investigação, ao menos 10 mil contas foram fraudadas.
Ainda segundo a PF, número de contas fraudadas e o valor perdido podem ser muito maiores. Os criminosos também utilizavam da criação de sites ou aplicativos falsos para enganar os beneficiários e boletos de pagamento para usar o dinheiro.
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O hacker, que já tinha passagem pela polícia desde os 16 anos, foi preso nesta terça-feira, em Goiânia (GP). Ele foi o responsável por criar um programa que realizava buscas em sistemas bancários para identificar quem poderia ter direito de receber o Auxílio Emergencial pela Caixa Econômica.
Logo após, os criminosos abriam contas com documentos falsos para receber o dinheiro no lugar do beneficiário. Com isso, a vítima era informada que o valor já havia sico sacado. Aqueles que informaram o problema, conseguiram receber o ressarcimento.
O delegado Diego Campos de Almeira, ouvido pelo G1, afirmou que os investigados também criavam aplicativos ou sites falsos para enganar os beneficiários do auxílio. A partir disso, os suspeitos mandavam SMS para os beneficiários, com link de acesso, para que eles fizessem o cadastro de recebimento do Auxílio Emergencial.
O delegado ao descobrir os modos de atuação dos criminosos, afirmou que "a organização agia em vários estados diferentes. Com um dos investigados, encontramos 140 CNHs falsas. Em outro, mais de 80 cartões, várias máquinas de pagamentos também foram apreendidos", disse Almeida.
Para movimentar o dinheiro resultado de fraudes, os investigados após receber o dinheiro realizava pagamento de boletos falsos para conseguir transferir os valores para os outros envolvidos.
O chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza, também ouvido pelo G1, disse que ao colocar a questão em um conjunto de dados, "nós começamos a identificar quais são os boletos, quais são as contas, e quais são os destinatários. Quem tinha direito ao benefício, viu que ele tinha sido sacado e não contestou, isso não entrou no banco de dados".
A 9ª Vara federal de Campinas expediu os mandados cumpridos nos Estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Tocantins e no DF. Os investigados tiveram os bens e valores encontrados em seus nomes bloqueados.
Além de que carros, dispositivos eletrônicos, documentos e cartões foram apreendidos. Até agora, operação investiga 37 pessoas envolvidas nos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa. As penas, quando somadas, podem chegar a 22 anos de prisão.
*Com informações do G1 e PF
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