A inflação registrada pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que é divulgada pela FGV, já apresenta uma alta acumulada de 3,80% ano de 2022
Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br Publicado em 15/02/2022, às 08h52
De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia, vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), uma ferramenta complementar para medir a inflação, cresceu 1,98% em fevereiro. No mês passado, o índice registrou uma alta de 1,79%.
A inflação ainda continua em um patamar bem elevado. Segundo a FGV, no acumulado de 2022, o índice já registra uma elevação de 3,80%, enquanto que a medida dos últimos 12 meses está no patamar de 16,69%.
Ao comparar com o mesmo período do ano passado, ou seja, em fevereiro de 2021, o índice subira 2,97% no mês e acumulava elevação de 28,17% em 12 meses.
Segundo o coordenador da pesquisa, o economista André Braz, os grandes destaques para a aceleração o IGP-10 foram os produtos relacionados a commodities e combustíveis, cujos principais são: minério de ferro (8,06%), soja (7,32%), milho (9,22%) e óleo Diesel (7,71%). Ele ainda complementa que esses quatro itens foram responsáveis por 65% do resultado do IPA.
Conforme a pesquisa da FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,51% em fevereiro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 2,27%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de 0,75% em janeiro para 0,89% em fevereiro.
O estudo explica que a principal contribuição para este resultado foi em relação ao subgrupo combustíveis para o consumo, em que a taxa passou de uma variação negativa de 2,14% para uma variação positiva de 2,49%.
O estudo da FGV também aponta que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,39% em fevereiro. Em janeiro, o índice havia apresentado taxa de 0,40%. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Habitação (0,74% para 0,11%), Vestuário (1,31% para 0,51%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,15% para 0,05%).
As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (1,63% para -1,44%), roupas (1,51% para 0,50%) e plano e seguro de saúde (-0,07% para -0,48%).
Por outro lado, os grupos Transportes (-0,26% para 0,18%), Alimentação (0,88% para 1,09%), Comunicação (0,00% para 0,59%), Educação, Leitura e Recreação (0,38% para 0,50%) e Despesas Diversas (0,10% para 0,20%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação.
Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: licenciamento - IPVA (0,00% para 3,71%), hortaliças e legumes (-1,63% para 8,19%), tarifa de telefone residencial (0,00% para 2,77%), cursos formais (2,29% para 4,08%) e conselho e associação de classe (0,46% para 2,06%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,61% em fevereiro. No mês anterior a taxa foi de 0,50%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (0,91% para 0,75%), Serviços (0,97% para 1,66%) e Mão de Obra (0,05% para 0,28%).
O IGP-10 é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP), que é medido pela FGV. O índice registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
O IGP-10 mede a evolução de preços no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual. Ele é formado por 60% do IPA-10 (Índice de Preços por Atacado-10), 30% do IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor-10) e 10% do INCC-10 (Índice Nacional de Custos da Construção-10).
Esses indicadores medem itens como bens de consumo (um exemplo é alimentação) e bens de produção (matérias-primas, materiais de construção, entre outros). Entram, além de outros componentes, os preços de legumes e frutas, bebidas e fumo, remédios, embalagens, aluguel, condomínio, empregada doméstica, transportes, educação, leitura e recreação, vestuário e despesas diversas (cartório, loteria, correio, mensalidade de Internet e cigarro, entre outros).
O IGP-10 é utilizado para reajustes de tarifas públicas, contratos de aluguel e planos e seguros de saúde (nos contratos mais antigos).
Sociedade Brasil